Construção de habitações de luxo nos terrenos do Aleixo só deve avançar em 2021
O processo de desmontagem de três das cinco torres do Bairro do Aleixo, no Porto, já começou. O fim dos trabalhos está previsto para o final do ano.
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O projeto imobiliário que prevê a construção, nos terrenos do Bairro do Aleixo, de sete blocos de habitação com quatro a cinco pisos não deverá avançar antes de 2021, avançou hoje a entidade gestora do Fundo Imobiliário do Aleixo.
A reurbanização dos terrenos do Bairro do Aleixo tinha como condição prévia a conclusão da construção de todas as habitações sociais a entregar à autarquia, nomeadamente os projetos da Rua das Musas e da Rua Mouzinho da Silveira, já concluídos, as habitações da Travessa de Salgueiros (29 fogos) e da Rua das Eirinhas (36 fogos) e ainda as habitações do Bairro do Leal para onde estão estimados 66 fogos.
Em declarações à Lusa, Manuel Monteiro de Andrade, administrador-delegado da Fundbox, a entidade gestora do Inversurb, o Fundo Especial de Investimento Imobiliário criado em 2010 para gerir o projeto do Bairro do Aleixo, disse acreditar que as empreitadas na Travessa de Salgueiros - que já esta obra - e da Rua das Eirinhas - cujo concurso vai ser agora lançado, possam estar concluídas até ao final de 2020, contudo, o mesmo não se passa com o Bairro do Leal.
"É o maior deles todos e é uma obra que precisará sempre de um ano, um ano e meio para ser feita, portanto, eu diria que tínhamos que agora já ter o projeto dela. Não temos, nem sabemos bem qual vai ser a orientação final", explicou, sublinhando que só depois de conhecerem com detalhe o projeto será possível avaliar com rigor o tempo que levará a estar pronto.
"Ainda temos aqui uns anos de trabalho", concluiu.
O administrador salienta que o contrato com o município do Porto vai ser "escrupulosamente cumprido", pelo que, "a obra nos antigos terrenos do Bairro do Aleixo, só avançam, a partir do momento, que for entregue a última habitação social que conste do contrato".
"Não quer dizer que antecipadamente não se façam estudos, isso é normal", disse.
O projeto inicial prevê a construção, nos terrenos do bairro, de sete blocos de habitação de luxo com quatro a cinco pisos, bem como de um edifício comercial de proximidade. Projeto este que, segundo a FundBox não sofreu, até à data, quaisquer alterações.
A 25 junho de 2015, aquando do anúncio de entrada da Mota Engil como acionista no Fundo do Aleixo, a Câmara do Porto admitia, contudo, numa nota à imprensa, que o empreendimento seria adequado ao Plano Diretor Municipal (PDM), "perdendo dimensão".
A Lusa noticiou, no dia 20 de março, que o Fundo do Aleixo não tinha garantidos "os meios financeiros próprios ou alheios" suficientes para assegurar a totalidade das reabilitações e ou construções de que estão responsáveis.
A conclusão surge da análise das contas da Invesurb datado de 31 janeiro de 2019, o Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado criado em 2010 para gerir o projeto do Bairro do Aleixo, no Porto, que a 31 de dezembro de 2018 apresentou um resultado líquido negativo de 96.100 euros.
À data, questionado pela Lusa, a FundBox, a entidade gestora do Inversurb sublinha que o Relatório de Gestão de 2018 foi subscrito pela anterior sociedade gestora, a Gesfimo, pelo que não tem "qualquer comentário a fazer sobre o respetivo conteúdo".
Salientava, no entanto, que, no momento próprio, a FundBox "fará todas as diligências adequadas para o financiamento das construções a levar a cabo nos termos do contrato com o Município do Porto".
Com a demolição da Torre 5 em 2011 e da Torre 4, em 2013, no último mandato de Rui Rio, restavam apenas três das cinco torres que constituíam atualmente o Bairro do Aleixo, no Porto e cujo processo de demolição "por desmontagem" já começou.
A informação foi confirmada hoje pela FundBox que avançou que o processo de desmontagem se iniciou na manhã de quinta-feira na torre 1, depois de finalizado o processo de retirada do amianto presente nos edifícios.