"Empresa não nos ouve e só nós sabemos o que se passa nas ruas." Estafetas da Uber, Glovo e Bolt anunciam nova greve
A greve está a ser organizada num grupo do WhatsApp chamado "Estafetas Unidos" e que reúne mais de mil trabalhadores de todo o país.
Corpo do artigo
Depois da primeira greve em fevereiro, os estafetas das plataformas Uber, Glovo e Bolt preparam-se para uma nova paralisação de seis horas, no dia 22 de março.
A greve está a ser organizada num grupo do WhatsApp chamado "Estafetas Unidos" e que reúne mais de mil trabalhadores de todo o país.
“Os nossos ganhos são os mesmos desde 2018. Com a inflação tudo aumenta, o preço dos pneus, a manutenção das motos. Queremos uma linha direta com as empresas, dignidades. A empresa não nos ouve, só nós é que sabemos o que se passa nas ruas", explicou um dos organizadores Hans Mello, em declarações à TSF.
Hans Mello contou que, por vezes, dorme "entre cinco a seis horas no máximo" e "não tem um hora para voltar a casa nem para comer".
Uma coisa é certa, trabalhamos mais de oito horas diárias.
O estafeta denunciou ainda o preço das mochilas, os custos com aparelhos eletrónicos e a falta de condições de segurança: "Tudo é do nosso bolso, uma correria para depois retirar dos 800/900 euros estes gastos."
Entre as reivindicações dos estafetas está o pagamento mínimo de três euros por entrega, mais 50 cêntimos por cada quilómetro percorrido em distâncias de dois a 4,9 quilómetros e um euro extra para viagens com mais de cinco quilómetros.
É também exigido um travão nos pedidos triplos para evitar que o mesmo estafeta tenha de ir a três estabelecimentos distintos levantar pedidos para a mesma morada.
A TSF tentou contactar as plataformas Uber, Glovo e Bolt, mas não obteve resposta até ao momento.
