No dia em que se debate o alargamento da licença de maternidade, a TSF foi conhecer a Critical Software, uma empresa de Coimbra que já proporciona às colaboradoras o prolongamento desta licença.
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São mais dois meses que podem ficar em casa com os recém-nascidos, sendo que a empresa cobre na totalidade o valor que receberiam caso estivessem a trabalhar. A medida foi anunciada pela empresa em dezembro do ano passado e aplaudida de pé por trabalhadores de ambos os sexos.
Sendo uma empresa de software, a maior parte dos colaboradores da Critical é masculina. Ainda assim existe um universo de 63 mulheres. Liliana Cabeça foi mãe do Martim em novembro e pela lei já estaria a trabalhar. "Dois meses a adicionar ao tipo de licença que tínhamos escolhido. Tinha escolhido cinco fiquei com sete, ou seja, com um mês para preparar a entrada na creche".
Fernanda Machado entrou de licença há menos tempo. O Pedro é o segundo filho. Do primeiro, que já nasceu com a mãe a trabalhar na Critical Software, só gozou quatro meses de licença. Fernanda garante que existem muitas diferenças. "O meu outro filho foi muito cedo para a creche, este irá já com os alimentos todos introduzidos e tem uma dependência menor e um desenvolvimento de postura e físico muito melhor".
As mães só veem vantagens na possibilidade que a empresa lhes dá de poderem estar presentes mais tempo na vida dos filhos.
Abel Pinto, da Responsabilidade Social da Critical Software, adianta o que levou a empresa a alargar a licença de maternidade. "Entendemos que era importante tendo em conta a natalidade do país e que deveríamos encorajar as mulheres a serem mães sem prejudicar a carreira", explica.
Dois meses para além do que está estabelecido por lei, que podem ser gozados logo após terminar a licença de maternidade ou até a criança fazer um ano.
A empresa afirma que a decisão de estender a licença das funcionárias por mais dois meses se enquadra na posição da Critical relativamente às mulheres e à salvaguarda do direito de serem mães sem prejudicarem a sua carreia profissional.
A empresa está a ponderar também agora criar mais-valias também para os homens da empresa que tenham sido ou venham a ser pais.
Parlamento debate alargamento da licença de parentalidade
A sessão plenária inclui uma discussão de uma petição de dois projetos de lei sobre o alargamento do tempo dado às mães e aos pais para ficarem em casa depois do nascimento de um novo filho, mas não haverá decisões esta sexta-feira. Os parceiros sociais terão sempre de ser ouvidos antes de uma alteração à lei.
Há duas propostas partidárias que estão em cima da mesa. O Bloco de Esquerda quer estender até aos seis meses a licença, que atualmente é de quatro no máximo para a mãe e mais um mês para o pai.
Já o projeto do PAN defende que, progressivamente, a licença deve atingir 1 ano.