Empresas de cerâmica obrigadas a encerrar devido ao aumento dos preços da energia
Uma destas empresas é na Figueira da Foz. O administrador da Clipper, José Carlos Martins, conta à TSF que cerca de 100 trabalhadores estão em layoff devido aos prejuízos que estariam em causa se a produção continuasse.
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A indústria da cerâmica é uma das que mais está a sofrer com o aumento dos preços da energia. A associação portuguesa de empresas de cerâmica e cristalaria fala de sete empresas que já tiveram de encerrar total ou parcialmente no centro do país. Um desses casos é a Clipper, na Figueira da Foz.
À TSF, José Carlos Martins, administrador da Clipper, relata uma situação que já era insustentável. Por isso, a maioria dos trabalhadores está neste momento em layoff.
Por dia, a Clipper faz mosaico e azulejo suficiente "para forrar um campo de futebol", garante José Carlos Martins. Mas a empresa da Figueira da Foz está, neste momento, completamente parada. "Parámos a produção, fizemos o layoff porque é completamente impossível laborar neste momento."
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Dos 130 trabalhadores da empresa, quase 100 estão em layoff. José Carlos Martins explica os prejuízos que estariam em causa se a produção continuasse.
"Se continuássemos a trabalhar normalmente, a fatura de energia no início desta semana passaria de 200 mil euros por mês para dois milhões. Nós faturamos um milhão e pouco. Nem duplicando as tabelas consigo suportar isto."
São contas que obrigaram a uma paragem, mas José Carlos Martins garante que a empresa de azulejos e mosaicos não tenciona despedir um único trabalhador.
"Uma das coisas que posso garantir é que os nossos trabalhadores são todos imprescindíveis. Formar um operário deste setor custa muito dinheiro. Não temos intenções de despedir. Se as coisas normalizarem, se a energia normalizar, não sei porque não havemos de produzir, até porque neste momento já há falta de produto."
O mercado continua a procurar, mas, pelo menos nas próximas semanas, as portas da Clipper vão continuar fechadas.
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