Empresas estão "preparadas" para o Brexit, mas "nunca suficientemente preparadas"
Confederação Empresarial de Portugal fala em perdas de quase 26% no caso de um Brexit sem acordo.
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Com o cancelamento de um eventual Brexit sem acordo a 31 de outubro em cima da mesa, as empresas portuguesas tentam preparar-se ao máximo para o futuro, exercício que não está a ser fácil. A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) explica que, por muito que as empresas o façam, será impossível que se preparem por completo para o Brexit.
O presidente da CIP, António Saraiva, explica em declarações à TSF que a imprevisibilidade é tanta que as empresas não sabem tudo o que precisam de fazer. Uma coisa é certa: do ponto de vista empresarial, o melhor é não haver saída.
As empresas "nunca estarão completamente preparadas, atendendo à dimensão, importância e imprevisibilidade que a saída pode acarretar". Há "um mundo de complexidade burocrática, logística e funcional " associado ao processo de saída do Reino Unido relacionado com questões "fronteiriças, legais e com certificações".
Em poucas palavras: as empresas "estão preparadas mas nunca estarão suficientemente preparadas".
Caso a saída sem acordo aconteça mesmo, alerta a CIP, o cenário será ainda mais grave e imprevisível. É que "com acordo, o prejuízo e perdas representariam qualquer coisa na ordem dos 15%", mas sem acordo "chega quase a 26%".
Esta quarta-feira, os deputados britânicos votam um adiamento do Brexit para 31 de janeiro caso o parlamento não aprove um acordo de saída ou não autorize uma saída sem acordo até 19 de outubro.