As empresas vão poder criar escolas profissionais destinadas a alunos que ali pretendam terminar o ensino obrigatório e estar automaticamente preparados para o mercado de trabalho, segundo um diploma hoje aprovado em Conselho de Ministros.
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O Conselho de Ministros aprovou hoje o regime jurídico das escolas profissionais públicas e privadas, no âmbito do ensino não superior: o diploma cria as «escolas profissionais de referência empresarial», explicou o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, no final da reunião de hoje.
Estas escolas «serão criadas exclusivamente por empresas ou entidades empresariais que assumirão a formação da componente prática e em contexto de trabalho», acrescentou o secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho.
Em alternativa ao ensino regular, os estudantes podem optar por estas escolas profissionais sabendo que, quando terminam o ensino obrigatório, estão preparados para ingressar no mercado de trabalho.
Este modelo vai «chamar o mundo empresarial para investir nos nossos jovens», saudou Nuno Crato.
Graças ao envolvimento direto e permanente das empresas, Nuno Crato considera que este regime irá aumentar «a qualidade do ensino» e irá aproximar a formação às necessidades do mundo do trabalho.
O ministro acredita que este sistema será atrativo, uma vez que os alunos que optem por esta via de ensino terão direito a dupla certificação: «Dá oportunidade de terminar o ensino obrigatório assim com dá a possibilidade de exercer uma profissão».
Tal como está definido, o regime vai «reforçar a autonomia das escolas públicas, uma vez que vai permitir que, em função das suas especificidades, possam ter modelos de gestão diferentes da regra habitual», explicou o ministro.
O diploma hoje aprovado vem atualizar o quadro normativo das escolas profissionais e «criar condições mais consentâneas com as novas exigências de um ensino profissional dual de qualidade», lê-se no documento divulgado durante a conferência de imprensa.
Nas escolas profissionais de referência empresarial, «parte dos recursos são disponibilizados pela empresa e outra parte pelas escolas», acrescentou Nuno Crato.
Nuno Crato considera esta via de ensino como sendo de «enorme importância», uma vez que vai colmatar uma enorme falha que o país tem de técnicos médios.