Várias indústrias dizem que, pior do que o regresso dos feriados, são os feriados que calham à terça ou quinta-feira. A produtividade é mais baixa e reativar as máquinas custa muito dinheiro em energia.
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A proposta é de várias associações empresariais, sobretudo da Indústria. Além dos custos com mão-de-obra, os patrões salientam os custos com energia de mais feriados, já que colocar uma máquina a trabalhar em várias fábricas custa mais do que mantê-la em funcionamento vários dias seguidos.
O presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel admite que isso acontece em algumas empresas que representa, mas salienta sobretudo a quebra de produtividade, que afeta todas as indústrias. "Num dia de trabalho solto há sempre menor produtividade do que uma semana corrida a trabalhar", diz Tomás Moreira, pelo que valia a pena colar estes feriados ao fim de semana. Um modelo que é aplicado em vários países, lembra o responsável.
Também o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal sublinha os custos extra de parar as máquinas a meio da semana para as reativar um dia depois. João Costa está contra o regresso dos feriados, mas, se regressam, ao menos que o Governo os cole ao fim de semana.
E se há consequências ao nível da energia, o responsável alerta para uma outra consequência desta medida. Em 2016, com várias hipóteses de pontes, muitas empresas vão preferir fechar as portas na segunda ou sexta-feira, que serão "dias perdidos". João Costa diz que a situação pode levar a que uma semana de cinco dias de trabalho, fique reduzida a três, com forte impacto para a Indústria.
A discussão e votação da reposição dos feriados começa esta quinta-feira às 10:00, no Parlamento. Uma medida que deve ser aprovada, já que conta com o apoio de toda a esquerda parlamentar.