Estudo da EY mostra que a vasta maioria das empresas portuguesas exige uma redução da taxa de 23% sobre a eletricidade e o gás. Companhias avaliam de forma negativa a carga fiscal.
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A vasta maioria das empresas considera urgente a redução da taxa de 23% do IVA sobre a eletricidade e o gás. A conclusão é de um estudo da consultora EY, que inquiriu uma centena de marcas sobre as expectativas para o próximo Orçamento do Estado.
Segundo a análise, 95% das empresas defende a descida da tributação sobre a eletricidade, ao passo que 93% destaca a necessidade de reduzir a tributação sobre o gás.
Estas tributações são recuperáveis pelas firmas, que, no entanto, se queixam da demora nesse processo, que implica o "aumento das necessidades de fundo de maneio" e "limita os recursos disponíveis para outras áreas do negócio".
A descida da taxa de IVA sobre a luz e o gás tem sido exigida pelo PSD e pelos partidos da geringonça. O primeiro-ministro já escreveu a Bruxelas sobre o tema, deixando em aberto que uma eventual redução possa ser diferenciada para os vários escalões de consumo.
A tributação subiu de 6% para 23% em 2011, em pleno resgate da 'troika'.
Quase metade (45%) das empresas defende também uma redução da taxa normal do IVA.
Empresas defendem progressividade do IRS e criticam carga fiscal
O inquérito conclui ainda que a quase totalidade das empresas se queixa da carga fiscal como um todo: 36% considera que ela é "muito negativa", enquanto 61% afirma que é "negativa". É somar: 97% entende que a tributação sobre a atividade económica é demasiado elevada.
As companhias apontam também o dedo ao tema antigo da estabilidade fiscal - ou antes, à falta dela: a avaliação que 88% fazem desta vertente é "negativa ou muito negativa". Esta instabilidade, conclui o estudo, leva a que as empresas tenham "dificuldade em planear o futuro", o que se revela "mais importante do que a taxa efetiva de imposto".
Quanto ao IRS - que afeta os trabalhadores e não os cofres das empresas - as marcas querem a introdução de mais escalões, a simplificação e aumento das deduções à coleta, e a eliminação da taxa adicional de solidariedade.
No que diz respeito ao IRC, as inquiridas pretendem, entre outras coisas, que lhes seja exigido menos esforço e custo para cumprir obrigações. Mais de metade (55%) admite que poderia investir no interior se existisse uma redução significativa do imposto sobre os lucros.