Governo sobre TAP. "Encargos com Conselho de Administração reduziram-se em 33%"
Nos últimos dias foi noticiado o aumento salarial de Miguel Frasquilho, Ramiro Sequeira e Alexandra Vieira Reis.
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O Ministério das Infraestruturas e da Habitação garante que a TAP não teve qualquer acréscimo de custos salariais com as funções de Miguel Frasquilho, Ramiro Sequeira e Alexandra Vieira Reis. Nos últimos dias foi noticiado o aumento salarial dos três administradores da companhia aérea.
Em comunicado, dividido por sete pontos, o Governo começa por explicar que "comparando o mês de março com o mês de dezembro do atual ano, os encargos com o Conselho de Administração da TAP, na sua atual configuração, reduziram-se em 33% em valores brutos".
O Ministério liderado por Pedro Nuno Santos lembra ainda que os administradores tiveram um corte de 35 por cento durante o lay-off na empresa e que, mesmo depois desse período, acordaram uma redução de cinco por cento do rendimento bruto.
"Importa também esclarecer que os valores que têm sido noticiados não são aqueles que efetivamente têm sido pagos aos três administradores, uma vez que se tratam de valores brutos, sobre os quais têm sido aplicados reduções que atingiram os 35% durante o lay-off (uma percentagem de corte superior à que foi aplicada aos trabalhadores) que e se mantêm neste momento nos 5%, quando a TAP já não está a aplicar cortes nos vencimentos dos trabalhadores."
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O plano de reestruturação da TAP prevê um corte salarial de 25 por cento nos salários mais altos dos trabalhadores. O Governo adianta que, no caso dos administradores, a redução salarial será de 30 por cento.
"Ramiro Sequeira era até setembro passado chief operating officer (COO) da TAP e passou a presidente executivo interino (CEO). Passou, assim, a ocupar uma função com um evidente acréscimo de responsabilidades, e que implicou um aumento salarial. Ainda assim, importa referir que Ramiro Sequeira aceitou um salário bastante inferior ao salário de referência do seu antecessor nas mesmas funções, Antonoaldo Neves", lê-se no comunicado.
Ramiro Sequeira e Alexandra Vieira Reis estão a acumular as novas funções no Conselho de Administração com as ocupações antigas, pelo que "o aumento salarial contabiliza as duas funções que ocupam em simultâneo".
Por último, o Governo fala ainda do caso de Miguel Frasquilho. O atual chairman da TAP SGPS, acumulou funções como presidente do Conselho de Administração da TAP S.A. e da Portugália, "pelo que a remuneração foi automaticamente ajustada às funções desempenhadas". Ainda assim, Frasquilho já informou o Executivo que renuncia ao aumento salarial previsto.
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Miguel Frasquilho vai, assim, abdicar do aumento de 1500 euros no salário.
O BE questionou esta terça-feira o Governo se deu aval ao aumento de salários, "para quase o dobro", de três administradores da TAP e se estaria disponível para rever a decisão.
Já o PSD, além da mesma pergunta, perguntou ao Governo se "já deu ou vai dar orientações para que decisão seja revertida com caráter imediato e efeitos retroativos".
Na segunda-feira à noite, numa publicação no Twitter, presidente do PSD, Rui Rio, já tinha lamentado os aumentos dos administradores na TAP.
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