A Endesa atualizou a sua estratégia para o triénio 2024-2026, num contexto de aumento dos custos financeiros e da inflação , com um plano que está em linha com o anterior. O investimento bruto situar-se-á em 8.900 milhões de euros , em linha com o plano anterior. As redes de distribuição e a produção renovável, continuam a ser pilares que a empresa considera fundamentais para a eletrificação limpa.
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A multinacional a atuar no sector energético e há mais de 20 anos em Portugal redefiniu o plano estratégico 2024-2026 orientando a sua atividade nos próximos três anos tendo em conta o possível abrandamento da eletrificação devido ao aumento dos custos financeiros e da inflação, ao mesmo tempo que o contexto regulamentar está ainda por clarificar no negócio da Distribuição e nos territórios não peninsulares e canaliza o investimento assente nas redes de distribuição e na produção renovável, que considera os dois dospilares da eletrificação limpa.
A Endesa considera que enfrenta o contexto de inflação e aumento dos custos financeiros com a redefinição das suas prioridades a passar pelo investimento nas redes pela ligação aos novos parâmetros regulatórios e pelo trabalho com parceiros para desenvolver projetos renováveis.
Em comunicado, assegura que o seu desempenho é orientado por três pilares estratégicos: rentabilidade, flexibilidade e resiliência para definir o destino do investimento. Defende eficiência operacional, com maior controlo de custos e maximização da geração de caixa e a sustentabilidade financeira e ambiental.
Para daqui a 3 anos, a empresa prevê um resultado líquido entre 2.200 e 2.300 milhões de euros, com um ebitda que pode ir aos 5.900 milhões de euros e prolonga o ratio "pay out " de 70% por mais um ano, oferecendo um dividendo mínimo garantido de 1 euro para a totalidade do plano.
Quanto aos 8,9 mil milhões de euros de investimento previstos vão distribuir-se em 2,8 mil milhões de euros brutos para as redes de distribuição, ou seja, mais 200 milhões do que no plano anterior e aguarda uma maior visibilidade da revisão regulamentar. Outros 4,3 mil milhões para as energias renováveis, o mesmo valor que no plano anterior, com um maior peso da energia eólica para alcançar 13,9 mil milhões de MegaWatts de capacidade renovável no final de 2026 e com Andorra, Pego e os 800MW de energia eólica na Galiza como projetos mais estratégicos e 900 milhões para a área de clientes para alcançar 7,5 milhões no mercado livre na península Ibérica, no final do triénio, enquanto a eletrificação de todas as utilizações energéticas orienta a estratégia comercial.
A Endesa garante estar no caminho para a descarbonização total até 2040 e para ser uma empresa Net Zero, continua com a eliminação progressiva do carvão na atividade insular como marco intermédio em 2027, depois de ter conseguido encerrar a última central a carvão na península, "As Pontes", em 2023. Garante ainda que 93% da sua produção peninsular será livre de emissões em 2026, em comparação com 79% no final deste ano.
O principal objetivo da empresa para promover a eletrificação limpa é que cerca de 90% da sua energia vendida aos clientes a um preço fixo seja proveniente de fontes não emissoras em 2026, contra 76% no ano em curso adianta que a margem unitária integrada do negócio liberalizado de eletricidade manter-se-á estável durante o período.
No negócio do gás, prevê-se que as margens recuperem após o ano de 2023, que considera excecionalmente negativo, enquanto a base de clientes permanecerá estável em 1,8 milhões, dos quais 1,4 milhões no mercado livre.
Prevê também uma diminuição da utilização do gás para a produção de eletricidade em centrais de ciclo combinado, em resultado da normalização progressiva desta tecnologia de produção.
Quanto à dívida financeira líquida assegura que em 2026 será entre 8.000 e 9.000 milhões, entre 10% e 20% menos do que no final deste ano.