"Energia da democracia": Governo lança novo apoio de 83 milhões de euros para renováveis
Com a nova linha de apoio, o Governo vai distribuir a 100 por cento o dinheiro da bazuca para energias renováveis.
Corpo do artigo
O Governo vai lançar uma segunda linha de apoio para projetos de hidrogénio verde e outros gases renováveis no valor de 83 milhões de euros, ainda no mês de fevereiro. O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, define as renováveis como "energia da democracia e da liberdade".
Na primeira fase do concurso, com base nos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o Governo recebeu 41 candidaturas e distribuiu 102 milhões de euros pelos 38 selecionados.
Na cerimónia de assinatura dos primeiros contratos, o ministro Duarte Cordeiro destacou que, com a nova linha de apoio, o Governo vai distribuir a 100 por cento o dinheiro da bazuca para energias renováveis.
"Queremos, este mês, lançar um segundo aviso para os gases renováveis com uma dotação de 83 milhões de euros. E, com isto, executar a cem por cento esta linha do PRR. Este aviso terá como foco a produção de biometano. Portanto, os projetos que ficaram excluídos do primeiro aviso podem voltar a candidatar-se, desde que a tecnologia de produção se encontre testada", explicou.
O ministro lembra que o Governo pretende que Portugal "dê um passo em frente rumo à neutralidade carbónica", com o objetivo de produzir, no país, "hidrogénio e biometano em larga escala a partir de fontes renováveis".
Portugal "tem uma posição de destaque" no combate às alterações climáticas, mas o ministro salienta que a aposta nas renováveis "não é apenas o melhor do ponto de vista ambiental, mas também uma forma de não dependermos de regimes ditatoriais".
"Esta também é a energia da democracia da liberdade. Recusa ultimatos e permite maior independência e autonomia. Permite a proteção de oscilações bruscas de mercado e é a mais barata", acrescentou.
Costa quer exportar energia para "transformar economia"
E, já depois do anúncio de Duarte Cordeiro, o primeiro-ministro voltou a destacar que Portugal pode tornar-se exportador de hidrogénio, além de produzir energia para consumo interno.
Para António Costa, o país não pode "perder a oportunidade" para exportar energia, que contribuirá para vai transformar a economia do país "para as próximas décadas".
"Além de produzir energia que consumismo, podemos tornar-nos verdadeiros exportadores da energia que produzimos. E essa é uma mudança estrutural para o futuro da nossa economia, que transformará o país para as próximas décadas, pelo menos", sublinhou.
O primeiro-ministro lembrou que o país pode exportar hidrogénio por via marítima ou de forma física, lembrando que a Alemanha apoiou o corredor verde de hidrogénio entre a península ibérica e França, o que mostra "que há mercado europeu" para a importação de hidrogénio.
Notícia atualizada às 12h08