Investigadora Joana Seixas destaca o impacto positivo na balança comercial e a possibilidade de desenvolvimento de novas áreas.
Corpo do artigo
Não há alternativa: é preciso atingir-se a neutralidade carbónica. A ideia é defendida por Júlia Seixas, investigadora na Universidade Nova de Lisboa e coordenadora do Roteiro para a Neutralidade Carbónica em 2050.
À TSF, ouvida sobre a COP 25 - Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019, a especialista explica que as energias renováveis estão a permitir "desenvolver todo um conjunto de novas atividades, novas profissões e novas competências" nas áreas da engenharia e economia em Portugal.
TSF\audio\2019\12\noticias\02\beatriz_morais_martins_18h
"Estão a criar novos postos de trabalho e têm um impacto significativo na balança comercial: enquanto os recursos das energias renováveis são nossos e não os pagamos - vento, água e Sol -, se não os tivermos temos de os substituir por recursos fósseis que vêm de fora do país e pelos quais temos de pagar", denota a investigadora.
A cimeira que está a decorrer em Madrid deve reunir na capital espanhola cerca de 25 mil pessoas, o que significa uma pegada carbónica de dimensões consideráveis.
A investigadora estima que "99% das pessoas" cheguem a Madrid de avião e, lembrando que "numa economia globalizada não há fronteiras no problemas das alterações climáticas", não vislumbra qualquer forma de evitar essa mesma pegada. Ainda assim, podem ser tomadas algumas ações.
"Cada um de nós deve pensar com maturidade se a próxima viagem que quer fazer de avião é realmente necessária, andamos a viajar imenso. Várias das viagens que fazemos, se parássemos um bocadinho e pensássemos na felicidade que nos trazem, se calhar podemos reduzi-las para metade, estaríamos a contribuir com uma pegada mais positiva para o planeta e não alteraríamos muito o nível de felicidade com que vivemos", explica.
O desafio dos dias de hoje está lançado: atingir a neutralidade carbónica em 2050.