Vocábulo venceu o concurso promovido pela Porto Editora, com 37,8% dos votos.
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Andou nas bocas dos portugueses durante o ano de 2018 e, com isso, vai ficar na história: "enfermeiro" é a palavra do ano, com 37,8% dos votos. O anúncio foi feito esta tarde, numa cerimónia na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, promovida pela Porto Editora.
Da lista de dez palavras colocadas à votação durante o mês de dezembro, em www.palavradoano.pt, em segundo lugar ficou o vocábulo "professor", com 33,4%.
A escolha inicial do termo "enfermeiro" tinha sido justificada pela Porto Editora com os vários movimentos de protesto desta classe, ao longo do ano passado e que continuam em 2019: "Os enfermeiros reclamam aumentos salariais, uma progressão mais rápida na carreira e a contratação de mais profissionais", uma situação idêntica à dos professores, que "continuam a lutar pela contabilização da totalidade do tempo de serviço prestado durante o congelamento de carreiras", afirmou a editora.
No terceiro lugar, ficou "toupeira" com 10,6%, no quarto posto "privacidade" (3,1%) e, a meio da tabela, no 5.º, ficou "assédio" (2,9%).
Paulo Rebelo Gonçalves, qualificou a participação como "verdadeiramente histórica", com 226.000 votos validados. No ano passado contaram-se 30.000 votos, o que leva Paulo Rebelo Gonçalves a afirmar que "o excecional nível de participação demonstra que esta iniciativa está definitivamente consolidada no calendário dos portugueses".
O responsável da Porto Editora disse à Lusa que "a escolha dos portugueses poderá refletir uma preocupação acentuada quanto à situação envolvendo a classe dos enfermeiros, algo que poderá ser extensível aos professores, atendendo à elevada votação que a respetiva palavra registou".
Na segunda parte da tabela ficaram "populismo", com 2,8%, "extremismo", com 2,6%, "paiol" com 2,5%, "sexismo" (2,3%) e, em último, "especulação" (2%).
A iniciativa "A Palavra do Ano" completa este ano uma década. A primeira vez que se realizou foi em 2009, tendo um grupo de linguistas desta editora, escolhido "esmiuçar".
No ano passado, "A Palavra do Ano" escolhida foi "incêndios", tendo participado na votação 30.000 internautas.
"Incêndios" alcançou 37% dos votos, impondo-se às restantes nove candidatas. O vocábulo "incêndios" foi escolhido devido aos "sucessivos incêndios" que se fizeram sentir durante o ano passado em todo o país.
O ano de 2017 "foi um dos mais trágicos de sempre, pela enorme quantidade de vítimas e pela dimensão da área atingida", justificou a Porto Editora, quando apresentou a lista de palavras candidatas.
No 2.º lugar, com 20% dos votos, ficou o vocábulo "afeto" e, no 3.º, "floresta", com 14% das escolhas.