Enfermeiros ameaçam com greve geral se Ministério da Saúde não retomar negociações até 4 de julho
O presidente do sindicato dos enfermeiros, Pedro Costa, considera que é hora de dizer "basta" ao ministro da Saúde. Estes profissionais exigem a retoma das negociações e a valorização da carreira de enfermagem.
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O sindicato dos enfermeiros vai avançar para uma greve por tempo indeterminado se, até 4 de julho, o Ministério da Saúde não retomar as negociações. Em declarações à TSF, Pedro Costa, presidente do sindicato dos enfermeiros, diz que os profissionais estão esgotados e é hora de dizer "basta". Há dois meses que esperam que o ministro Manuel Pizarro avance com uma data para que sejam retomadas as negociações.
"Em maio, estivemos no Congresso Internacional de Enfermeiros com o senhor ministro, que anunciou que iria retomar as negociações com os sindicatos no mês de junho. O mês de junho termina amanhã e os sindicatos não têm qualquer notícia de que haja alguma reunião agendada e, desta forma, dado que é um processo que se arrasta há mais de um ano, o acordo coletivo de trabalho arrasta-se há mais tempo, desde 2017. É um basta numa altura em que os profissionais de saúde, nomeadamente os enfermeiros, estão cansados e esgotados, numa altura em que é necessário realizar mais horas extraordinárias, recuperar consultas, tratamentos, cirurgias, exames no geral e cuidados de saúde", afirma.
"É um basta para dizer ao senhor ministro que é preciso irmos para a mesa negocial e valorizar a carreira de enfermagem", sublinha.
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O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem e o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos já enviaram um ofício ao Ministro da Saúde a dar conta deste prazo. Se até à próxima terça-feira não tiverem uma resposta, os enfermeiros vão parar.
"Damos até dia 4 de julho para o senhor ministro apresentar um calendário negocial ou vamos partir para uma greve por tempo indeterminado, uma greve geral que vai englobar outras estruturas sindicais", adianta Pedro Costa.
Em maio, "foi entregue um documento conjunto de três estruturas sindicais ao ministro da Saúde e estas estruturas sindicais estão dispostas a avançar para a greve, dado que estamos a chegar a uma altura muito crítica para o Serviço Nacional de Saúde".
O presidente do sindicato dos enfermeiros refere que "já existem colegas onde as férias estão a ser canceladas, porque não existem profissionais". "Nós não podemos tolerar que não exista um plano negocial, um plano que valorize a carreira e, se nada acontecer, os enfermeiros vão parar", acrescenta.
Os enfermeiros esperam desde 2017 que seja concluído o primeiro Acordo Coletivo de Trabalho para a classe.