
Paulo Jorge Magalhães/Global Imagens
Os enfermeiros da região de Lisboa e Vale do Tejo estão esta terça-feira em greve. Uma paralisação que se vai repetir na quarta-feira no Alentejo e no dia seguinte no Algarve. Constestam o adiamento da revisão salarial. A Administração Central dos Serviços de Saúde estranha as razões apontadas.
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O presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), José Carlos Martins, disse esta manhã à TSF que a resposta dos enfermeiros no primeiro turno utrapassou os 70%.
O protesto, que pode afetar consultas, tratamentos e outra atividade programada em hospitais e centros de saúde, foi marcado para demonstrar descontentamento pelo adiamento da revisão salarial dos enfermeiros, enquanto médicos e setores social e privado continuam a receber incentivos.
Nos três dias de greve - um em cada região - serão cumpridos serviços mínimos. A greve não afeta os serviços de urgência.
O SEP marcou a greve na Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, na região do Alentejo para quarta-feira e no Algarve para quinta-feira, contestando que o ministro da Saúde "retire" a estes profissionais "para custear Misericórdias, PPP (Parcerias Público-Privadas) e outros grupos profissionais".
Nesse contexto, os enfermeiros questionam a tutela sobre se esta é a sua lógica de "equilíbrio orçamental", já que é o argumento usado pelo ministério da Saúde como "justificação para protelar a revisão salarial dos enfermeiros".
Para sustentar as suas acusações, o SEP recorda que recentemente o ministério anunciou mais 125 milhões para apenas oito Misericórdias do Norte, incentivos para fixação de médicos na "periferia", bem como concursos de promoção na carreira médica.
O sindicato salienta ainda que milhares de enfermeiros continuam com um salário abaixo do valor de referência, cerca de 12 mil especialistas não têm qualquer valor salarial que compense as qualificações e a competência diferenciada, e continuam em dívida milhares de horas a mais trabalhadas e incentivos aos enfermeiros que trabalham em USF modelo B.
Quanto a valores concretos, o SEP fala em perdas de cerca de 250 milhões de euros por congelamento das progressões. Quanto a valores concretos, o SEP fala em perdas de cerca de 250 milhões de euros por congelamento das progressões e de 120 milhões de euros em resultado do corte em 50% das horas penosas.
A Administração Central dos Serviços de Saúde estranha as razões apontadas. Num comunicado divulgado nas últimas horas, a entidade resposável pela gestão dos recurso do Serviço Nacional de Saúde, diz que as negociações estão em curso e nunca foram, durante as reuniões, apontadas divergências insanáveis.