A Ordem dos Enfermeiros defende que, tal como acontece em outros países, também eles deviam poder receitar medicamentos. O bastonário dos médicos já disse que «nem pensar».
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O objectivo não é substituir um médico por um enfermeiro, mas sim que os enfermeiros possam receitar medicamentos e exames médicos com base em protocolos e regras bem definidas para situações especificas.
A prática já é uma realidade em vários países como Espanha, EUA e Inglaterra, onde a prescrição vai do totalmente livre à prescrição por protocolos.
A noticia é avançada esta quarta-feira pelos jornais Publico e Diário Económico que citam a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta Sousa, que dá o exemplo de um doente crónico que está a ser acompanhado por um enfermeiro e que para prosseguir o tratamento tem de ir a uma consulta para o médico passar uma nova receita médica.
A bastonária pretende desta forma rentabilizar ao máximo as competências de cada profissional de saúde e por isso mostra-se disponível para abordar o assunto com a Ordem dos Médicos.
O tema vai ser debatido esta tarde no 3º congresso da Ordem dos Enfermeiros mas já foi discutido com os partidos, à excepção do Bloco de Esquerda.
Acrescenta Maria Augusta Sousa, que todos os partidos se mostraram receptivos à ideia e que por isso quer debater o assunto na próxima legislatura com o objectivo de alterar a lei.
Contudo, o bastonário da Ordem dos Médicos já disse que considera «inaceitável» esta proposta dos enfermeiros. Citado pelo jornal Público, José Manuel Silva diz não entender a razão que leva os enfermeiros a quererem extravasar as suas competências.