Os cortes orçamentais levam o reitor da Universidade de Coimbra a recear que o ensino e a investigação no ensino superior sejam afectados. João Gabriel Silva quer que as instituições académicas continuem a a ter «liberdade para gerar receitas».
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«O sector do ensino público não gerou défices nem contraiu empréstimos», defendeu, esta quarta-feira, o reitor da Universidade de Coimbra, na reunião extraordinária, em Lisboa, do Conselho de Reitores das Universidades Portugueses para analisar as reduções orçamentais.
Nas palavras de João Gabriel Silva «não é por acaso que a troika não nos faz qualquer referência no seu memorando, nem na actualização que saiu ontem». E garante: «Nós não somos um problema para o país, mas parte da solução».
Face à redução no financiamento ao ensino superior, a Universidade de Coimbra fica no limite da capacidade para funcionar. Perante este cenário, o reitor exige que Governo não lhe retire a liberdade para encontrar receitas.
«Não nos podem pôr cativações nem reservas sobre a receita própria. Se não nos dão todo o dinheiro que precisarmos, não nos podem impedir de o conseguirmos. Exigimos que o Estado não nos atrapalhe», frisa.
Para João Gabriel Silva, a resposta à crise não passa exclusivamente pelos cortes orçamentais no ensino universitário e politécnico. A receita para a produção de riqueza também é gerar conhecimento.
«Apenas o modelo de desenvolvimento que tem por base o conhecimento avançado possui o potencial de gerar a riqueza que Portugal precisa. É nas universidades que existe a maior parte desse conhecimento», conclui.