
Alunos
Quase metade dos alunos do ensino superior atravessa dificuldades económicas e muitos temem abandonar o curso ainda neste ano letivo, revela um estudo hoje divulgado.
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Estes são os dados nacionais dos inquéritos feitos aos universitários e tratados pela Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD), para saber qual a situação económica e as dificuldades dos estudantes do ensino superior.
O estudo foi divulgado hoje num encontro com jornalistas, após o Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA), que decorreu em Évora durante o fim de semana e que reuniu dirigentes das associações académicas e de estudantes das universidades e institutos politécnicos nacionais.
De acordo com os promotores do estudo, aos inquéritos, que foram feitos já este ano nas universidades e politécnicos de Portugal Continental e Açores, responderam 4.000 alunos num universo de cerca de 130 mil estudantes.
Dos 4.000 inquiridos, 1.855 (48 por cento) afirmou passar dificuldades económicas, destes, 1.224 (65 por cento) disseram temer abandonar o ensino superior por esse motivo e 1.275 (69 por cento) revelaram que não recebem bolsa de ação social.
Nos inquéritos foi perguntado aos alunos se se sentem preparados para entrar no mercado de trabalho, tendo 2.214 (58 por cento) respondido que não e 1.620 (42 por cento) que sim.
Os estudantes foram também questionados sobre se a sua formação se ajusta às oportunidades de emprego em Portugal, com mais de metade (62 por cento) a considerar que não e 38 por cento que sim.
Quanto às intenções de emigrar depois de terminar o curso, 2.110 (55 por cento) responderam que sim e 1.743 (45 por cento) disseram que não.
O presidente da AAUTAD, Sérgio Martinho, disse que o associativismo nacional está «muito preocupado» com os dados revelados pelo estudo, cujo resultado vai ser enviado para a tutela e para outros órgãos do setor para «terem a noção da realidade do ensino superior».