Desde há 4 anos que não entravam tantos alunos no ensino superior seja nas universidades ou politécnicos públicos. Dos mais de 48 mil candidatos a uma vaga, cerca de 42 mil conseguiram um lugar, mas apenas metade conseguiu entrar no curso a que concorreu em 1.ª opção.
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Os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior foram hoje divulgados pela Direção-Geral do Ensino Superior.
De acordo com os dados, 42.068 estudantes conseguiram nesta fase um lugar no ensino superior público, o que representa 87,1% dos 48.271 candidatos e um aumento percentual de 11,4% face a 2014 no que diz respeito a novas entradas nas universidades e politécnicos nesta fase de acesso.
Segundo os mesmos dados, há 48 cursos sem qualquer procura por parte dos candidatos a caloiros, maioritariamente nos politécnicos, havendo apenas três cursos universitários nesta situação: Filosofia e Cultura Portuguesa (regime pós-laboral), na Universidade dos Açores, Engenharia Têxtil (regime pós-laboral), na Universidade do Minho, e Engenharia Civil, na Universidade do Algarve.
Entre a quase meia centena de cursos sem candidatos as engenharias dominam a lista, sobretudo a Engenharia Civil, mas também Engenharia do Ambiente, Engenharia Industrial ou Engenharia Eletrotécnica, entre outras.
Há ainda nesta lista cursos da área de contabilidade, gestão, tecnologias da informação e um curso em redes sociais, no politécnico de Santarém, que volta a não conquistar o interesse dos alunos na 1.ª fase, à semelhança do ano anterior.
Os resultados divulgados mostram ainda que há 160 cursos com menos de 10 vagas preenchidas.
Se estes cursos não conseguirem ultrapassar a barreira dos 10 alunos matriculados nas próximas fases de colocação correm o risco de ser encerrados, de acordo com as regras para a fixação de vagas em vigor.
Nos dados divulgados pela Direção geral do ensino Superior, percebe-se que os politécnicos conseguem recuperar da quebra dos últimos anos, mesmo tendo um grande número de vagas por preencher, registando uma subida de quase 17 % no número de alunos.
Em declarações à TSF, Joaquim Mourato, presidente do Conselho Coordenador dos Politécnicos assinala a diferença relativamente à média nacional.
Quanto as vagas por preencher nos cursos pós-laborais, Joaquim mourato diz que estes cursos não deveriam estar integrados no concursos nacional.
Já o Bastonário da Ordem dos Engenheiros considera positivo o aumento de candidaturas aos cursos de Engenharia. Ainda assim, há universidades do interior do país e politécnicos com muitas vagas por preencher.
Carlos Matias Ramos diz que é preciso repensar o papel destas instituições. O Bastonário lamenta também que a Engenharia não seja atractiva para os jovens, considerando que politicamente a Engenharia não tem sido bem tratada.
Em 2014 houve 301 cursos que tiveram menos de 10 colocados, mas, ainda assim, eram menos de metade daqueles que se encontravam na mesma situação em 2013, quando 612 dos 1.097 cursos disponíveis não chegavam à dezena de alunos depois das colocações na 1.ª fase.
Das 50.555 vagas levadas a concurso na 1.ª fase sobraram 8.714, que ficam agora disponíveis para a 2.ª fase, com arranque marcado para 07 de setembro.
Os resultados da 1.ª fase estão disponíveis no portal da DGES.