A ERS detetou falhas «graves» nas instalações e no funcionamento da Maternidade Alfredo da Costa que «violam os padrões de qualidade e segurança exigíveis».
Corpo do artigo
Contactada pela TSF, Ana Campos, diretora do serviço de obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa, já lamentou que a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) esteja a denegrir a imagem da maternidade.
O parecer final da Entidade Reguladora Saúde (ERS) - concluído há pouco mais de uma semana -, e a que a agência Lusa teve hoje acesso, resulta da fiscalização realizada em agosto à MAC, para averiguar duas situações: a morte de uma mãe e dos gémeos e a transferência de outra grávida para o Hospital de Santa Maria, onde o bebé morreu com dois dias de vida. Ambos os casos estão sob investigação.
«Face à complexidade e ao risco clínico crescente das grávidas que têm vindo a ser admitidas e internadas na MAC, devem ser adotadas medidas conducentes à sua adequada referenciação, de modo a que possam ser-lhes prestados os cuidados de saúde da máxima qualidade e acautelada a sua segurança», frisa o documento, que foi enviado ao Ministério da Saúde e à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
O Conselho Diretivo da ERS deliberou que o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) - ao qual pertence a MAC -, implemente, no prazo máximo de 30 dias, as medidas necessárias à «correção das lacunas graves constatadas» e à «eliminação do acréscimo de risco atualmente verificado», deixando duas alternativas.
«Seja pelas correções das deficiências detetadas, seja pela deslocação das utentes, atuais e futuras, para outros estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde que garantam as condições de acessibilidade e padrões de qualidade adequados», sustenta o parecer da ERS.
A TSF contactou o Ministério da Saúde que recusa fazer qualquer comentário, limitando-se a confirmar que já recebeu o relatório da ERS.