"Pior situação de sempre." Escassez de água no Algarve pode levar a limitações no consumo
A maior barragem da região encontra-se com 7% de volume útil.
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O presidente das Águas do Algarve acompanha as preocupações da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Sem chover na região, as barragens e águas subterrâneas estão no seu limite.
Por enquanto, António Eusébio não quer adiantar medidas mais drásticas, mas aponta para algumas hipóteses. "Limitar alguns grandes consumidores ou quem desperdiça água acima do que é suposto, de forma a garantir água para todos", adianta. "Não podemos continuar nesta fase crítica e não tomar nenhuma atitude", avança o gestor.
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O vice-presidente da APA afirmou que "este ano, o Algarve está pior do que no ano passado, está na pior situação de sempre".
"Nunca estivemos assim. É um caminho novo que estamos a trilhar", garantiu José Pimenta Machado no Encontro Nacional de Entidades Gestoras da Água (ENEG), a decorrer em Gondomar.
A situação é de "particular preocupação", podendo levar "eventualmente" a APA a "tomar medidas difíceis", em janeiro ou fevereiro, antecipou.
As medidas terão de ser equacionadas entre a APA e a Águas do Algarve, mas terão de ser assumidas muito em breve. "É um assunto que tem que ser visto com muita responsabilidade nas próximas semanas, até ao início de 2024, e tomarem-se as ações que se julgarem convenientes", considera António Eusébio
A maior barragem da região, a barragem de Odelouca, na zona barlavento do Algarve, está apenas com 7% do seu volume útil e, embora a Águas do Algarve já tenha avançado com um concurso público para as obras que captem o volume morto da albufeira, elas ainda vão levar algum tempo. A intenção é que até ao verão estejam disponíveis mais 20 milhões de metros cúbicos.
Para fazer face à falta de água, já estão também a ser reativados na região furos artesianos a que não se recorria há alguns anos.