Embora a utilização de fibrocimento esteja proibida desde 2005, devido aos perigos para a saúde, o problema continua, ano após ano.
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Em fevereiro, a Secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão garantiu à TSF que as escolas onde há amianto seriam uma prioridade nas obras de requalificação previstas para este ano, mas essas obras nunca chegaram a alguns estabelecimentos. A escola Delfim Santos, em Lisboa, é um desses casos. Fomos até lá falar com encarregados de educação e alunos.
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Há alguns meses, a escola Delfim Santos foi visitada pela Quercus a pedido dos encarregados da educação. Carmen Lima, da associação ambientalista, estranha que a escola não tenha sofrido obras, tendo em conta o elevado estado de degradação das coberturas.
"Uma vez que elas apresentam já alguma degradação e têm uma relação direta com o interior do edifício, deveriam ter sido feitas análises para perceber se está a ocorrer a libertação de fibras para o interior do edifício, onde circulam funcionários e estudantes."
A Quercus denuncia ainda a falta de informação por parte do Governo.
"Aquilo que nós temos verificado é que não está a haver monitorização da situação dessas escolas e não havendo esse acompanhamento por parte do Ministério não está a haver segurança e informação aos encarregados de educação e aos funcionários de que a situação está a ser acompanhada e a intervenção está em calendário para breve."
Também a FENPROF reclama a ausência de esclarecimentos do Ministério da Educação e falhas no acesso à lista de estabelecimentos com amianto. Mário Nogueira diz que têm sido feitas obras pontuais em algumas escolas, mas que o problema está longe de estar resolvido.
"Não estou a dizer que não houve uma ou outra intervenção, mas há muito por fazer, situações algumas delas preocupantes pelo grau de deterioração dos materiais. Temos até vindo a denunciar o facto de eles se limitarem a retirar o amianto de onde ele é visível, mas há escolas que têm até nos materiais de construção e isso nunca é identificado e substituído."
Já a Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas dá conta de 230 obras de requalificação a decorrer em todo o país e consequente retirada de materiais com amianto. O presidente Filinto Lima considera que a situação não é ideal, mas admite um avanço em relação aos anos anteriores.
"Dessas 230 escolas que estão a ser intervencionadas pelas autarquias com o apoio do Ministério da Educação, algumas delas têm placas de fibrocimento e esse material será retirado. Agora, como é evidente, esse material já devia ter sido retirado há muito tempo das escolas, mas chegou o momento e espero que daqui por alguns meses as escolas não tenham essas placas de fibrocimento."
A TSF pediu esclarecimentos ao Ministério da Educação sobre as obras para a retirada de amianto, mas não obteve resposta.