Marlene Matos, que em 2011 e 2012 coordenou um projeto-piloto de terapia de grupo no norte do país sustenta que esta solução tem uma «boa relação custo-eficácia».
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Depois da terapia de grupo as mulheres vítimas de violência doméstica melhoraram a sua autoestima e, acrescenta Marlene Matos, a coordenadora do "GAM- Grupo de ajuda mútua: Intervenção terapêutica em grupo com mulheres vítimas de violência na intimidade", ficaram menos tolerantes face a qualquer tipo de violência;«algumas situações de violência psicológica, por exemplo, gritar, chamar nomes, desvalorizar, não são suficientemente notadas, mas isso muitas vezes é um percursor das outras violências».
A professora da Escola de Psicologia da Universidade do Minho diz que os resultados do projeto piloto de terapia de grupo demonstram que a experiência deveria ser reproduzida em todo o país. «Os grupos de ajuda mútua são uma forma de intervenção com uma boa relação custo-eficácia». A intervenção é feita «num curto espaço de tempo com ganhos muito evidentes. A investigação demonstra isso».
No dia internacional para a erradicação da violência contra as mulheres, Marlene Matos recorda que a terapia de grupo «é uma das formas mais comuns de intervenção a nível internacional» e , por isso, considera que «em Portugal haveria todo o interesse em disseminar esta resposta por todas as zonas do país».
O projeto piloto de terapia de grupo, em que participaram cerca de 30 vítimas de violência doméstica, procurou ajudar as mulheres a reconhecerem-se como vítimas de um crime, diminuir o impacto da violência e reduzir o isolamento social.