Especialistas defendem maior rapidez na identificação dos contactos de infetados
O imunologista Henrique Veiga Fernandes defende que "a identificação dos indivíduos infetados e dos seus contactos num período reduzido de tempo é a chave do sucesso".
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É preciso reforçar e acelerar o processo de identificação dos contactos de pessoas infetadas com Covid-19. Quem o diz é Henrique Veiga Fernandes, imunologista da Fundação Champalimaud, e Eduardo Castela, da direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, ao Fórum TSF.
Entrevistado pelo jornalista Manuel Acácio, Henrique Veiga Fernandes defende que "a identificação dos indivíduos infetados e dos seus contactos num período reduzido de tempo é a chave do sucesso" e que, por isso, "não é justificável que uma pessoa que tem suspeita de estar infetado espere 48 horas ou 72 horas por um resultado de um teste e que a identificação dos seus contactos por vezes nem sequer seja feita".
O imunologista não se mostra surpreendido com o aumento de casos diários registados nos últimos dias, pois "com o relaxamento das medidas durante este período de Natal, era previsível que o número de casos viesse a aumentar".
No mesmo plano, Eduardo Castela considera que "o aumento de contactos nas festividades também aumentou a tendência das infeções" e lamenta que este aumento não seja acompanhado "por um aumento de profissionais e de recursos humanos dentro das instituições" e defende existir uma "escassez da rastreação de contactos", algo "preocupante".
O membro da direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares diz que "podemos afirmar que estamos numa situação de pré-rutura", mas sublinha que "temos de perceber que os hospitais são diferentes e as regiões são diferentes e a capacidade de resposta é diferente consoante cada região".
"O importante é que os hospitais continuem a funcionar em rede", sustenta.
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