O presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia e o presidente do Instituto de Medicina Legal entendem que este método é fundamental para apurar as reais causas de um suicídio.
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O suicídio aumentou oito por cento em Portugal entre 2009 e 2010, por isso os especialistas consideram cada vez mais importante a realização de autópsias psicológicas que ajudem a orientar as políticas de prevenção.
Em declarações à TSF, o presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia explicou que uma «autópsia psicológica permitiria esclarecer a causa de morte e ter uns números mais fidedignos em relação aos números de morte em Portugal, que pensamos estarem subavaliados».
«Pensamos que o número de suicídios é superior ao número quem é referido no Instituto Nacional de Estatística e portanto pensamos que a autópsia psicológica permitiria conhecer as causas de morte, os factores de risco e um conhecimento mais alargado no sentido de promover os factores protectores e combater os factores de risco», adiantou José Carlos Santos.
Tal como o presidente desta sociedade, o presidente do Instituto de Medicina Legal também entende que se realizam poucas autópsias psicológicas, medida essencial na prevenção dos comportamentos suicidários.
«Procura obter o máximo de informação possível sobre todos os antecedentes daquela pessoa, passando até pela entrevista a familiares e familiares directos, amigos e vizinhos», para «concretizar qual a verdadeira situação daquela vítima e os factores que terão levado ao suicídio», explicou Nuno Duarte Vieira.
Para este responsável, «se esta autópsia psicológica fosse totalmente concretizada em todas as situações poderia proporcionar elementos e conhecimentos fundamentais para a própria prevenção destas mesmas situações».
«A lei determina a total independência técnico-pericial dos peritos, sendo certo que ao Instituto Nacional de Medicina Legal compete promover e elaborar normas pelas quais esses peritos se devem reger no momento de executarem as suas perícias», frisou.
Nuno Duarte Vieira reconheceu ainda que o instituto que dirige «não tem pessoal em número suficiente nem com preparação suficiente» para «promover este exame complementar à autópsia».