Especialistas descartam necessidade de alargar vacinação após surto de hepatite A
A maioria dos casos são homens com idades entre os 20 e os 49 anos.
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A Direção-Geral da Saúde (DGS) reportou esta terça-feira um surto de hepatite A, tendo identificado 23 casos, entre 1 de janeiro até 5 de março. Ainda que “não seja habitual”, especialistas garantem que “não é alarmante” e descartam possibilidade de uma vacinação mais alargada.
A maioria dos casos são homens com idades entre os 20 e os 49 anos, 44% em contexto de transmissão sexual, sem casos graves ou mortais reportados, informa a DGS na sua página da Internet.
A DGS indica ainda que, entre 2020 e 2023, foram contabilizados 102 casos e destaca "um aumento de número de casos reportados em janeiro e fevereiro de 2024, em comparação com igual período de anos anteriores".
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Portuguesa de Gastreologia, Pedro Figueiredo, notou que “não é habitual um número tão elevado de uma forma tão agregada, mas, por outro lado, não há razão para alarme”.
A mesma posição foi partilhada pelo investigador Pedro Simas que, também ouvido pela TSF, explicou que “não existe hepatite endémica em Portugal” e “geralmente é uma infeção importada”.
“Não é só o contacto íntimo”, alertou Pedro Simas.
Relativamente à prevenção de hepatite A, a TSF contactou o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, que defendeu que “faz todo o sentido” que os grupos de risco se vacinem.
No entanto, “como Portugal não é um país endémico, o custo de alargar a vacinação a mais pessoas, seria muito baixo. Íamos pagar muito para ter um resultado pouco impactante na vida das pessoas”, disse.
A vacina contra a hepatite A está disponível mediante prescrição médica, em farmácias comunitárias.
A DGS aconselha o reforço das medidas de saúde pública, como a mensagem da higiene e segurança alimentar, incluindo a lavagem das mãos antes e depois das refeições e a higienização dos espaços de confeção de alimentos, e a lavagem frequente das mãos e higiene pessoal, especialmente da região genital e perianal, particularmente, antes e após o uso de instalações sanitárias e antes e após as relações sexuais.