Presidente da Câmara de Pampilhosa da Serra comunicou às pessoas retiradas das aldeias que era tempo de voltar a casa. José Brito falou ainda em otimismo, promessas e ordenamento do território.
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Chegou antes das nove da manhã ao Pavilhão Multiusos de Pampilhosa da Serra, onde ainda estavam 66 pessoas que foram retiradas das aldeias e esperavam ansiosamente por boas notícias. O Presidente da Câmara, José Brito, deu a boa nova poucos minutos depois: "Vamos começar a regressar às aldeias". O burburinho cresceu, os sorrisos ganharam elasticidade. Tantas horas depois, o regresso a casa.
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"Sim, a boa notícia [que dei] recebi-a às 7h40 quando o comandante Carlos Luís me transmitiu que o incêndio tinha sido dado como extinto", começou por dizer à TSF. "É um incêndio enorme, a área ardida é muita, 12 mil hectares, só aqui no concelho da Pampilhosa da Serra e é necessário segurá-lo, como costumamos dizer. É preciso continuar com muitos meios no terreno para consolidar o incêndio. Temos essa garantia."
José Brito, que irá reunir esta tarde com o secretário de Estado das Florestas, revelou que estava satisfeito com a operação neste concelho e que era tempo de desenhar outro ordenamento.
"Estamos a fazer o levantamento de todos os danos que tivemos. Espero que consigamos apoios para as pessoas que ficaram mais prejudicadas. Não tivemos bombeiros feridos, nem acidentes graves. Isso foi muito bom, não esquecemos o drama que aconteceu aqui num concelho nosso vizinho [Pedrógão Grande]. Arderam quatro casas, três segundas habitações e uma permanente. Essas pessoas estão alojadas num apartamento do município. Vamos ver quais as ajudas que e existem para a reconstrução destas habitações", revelou.
E continuou: "Espero que as promessas [de ajuda] se concretizem. Caso contrário, as pessoas deixam de acreditar em nós. Já acreditam pouco, então é que deixariam de acreditar mesmo... É importante que se cumpra o que se diz. Penso que vai acontecer. Tenho sempre esperança. Ontem dizia ao presidente da República que sou um otimista, sempre fui. Espero que este meu otimismo se concretize.
Quanto ao ordenamento de território, José Brito não tem dúvidas: é tempo de repensar o plano. "Uma vez que temos esta área enorme ardida, é altura de pegar em todo este território e desenhá-lo de outra maneira. Não é preciso acabar com os eucaliptos, que são resinosos como o pinheiro. É preciso é que este tipo de floresta não seja contínua. Vamos ver se é desta. Infelizmente, temos tudo queimado".