Foram constituídos arguidos mais de 250 agentes policiais, entre os quais oficiais, das esquadras de Almada, Seixal e Setúbal.
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Mais de 200 polícias foram acusados de peculato e falsificação por esquema fraudulento detetado em 2015.
Em causa está a troca dos passes de transportes - gratuitos para os agentes da PSP - por dinheiro, como avançou o jornal Público . O dinheiro foi alegadamente recebido com a cumplicidade de funcionários da empresa rodoviária Transportes Sul do Tejo, que lhes cobrava uma uma comissão de 15%.
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O esquema envolve perto de 300 agentes policiais das esquadras de Almada, Seixal e Setúbal, inclusivamente oficiais. Ouvido pelo Público, o presidente do Sindicato Unificado da polícia, Peixoto Rodrigues, confirmou que todos os arguidos estão acusados de peculato e falsificação. No entanto, Peixoto Rodrigues alegou também que não foi cometido qualquer crime, uma vez que os agentes da polícia têm direito a usufruir de passe gratuito e, por isso, explicou, o Estado "não é lesado em nada".
A Direção Nacional da PSP fez saber que vai esperar os avanços judiciais até à fase da sentença para que possa tomar, ou não, as devidas medidas disciplinares.
Ainda não é certo que o caso vá a julgamento, já que muitos arguidos irão pedir abertura de instrução do processo, na esperança de que este seja arquivado.
Em comunicado à redação da TSF, a PSP fez saber que as "irregularidades" foram, de facto, conhecidas em 2015. "Nesta sequência, a PSP procedeu à instauração de cerca de 300 processos disciplinares, os quais ficaram a aguardar a decisão do procedimento criminal instaurado pelo Ministério Público, nos termos da legislação disciplinar em vigor", pode ler-se na nota de resposta.
Para este órgão da polícia, "importa esclarecer que a PSP aguardará o transito em julgado daquela decisão, para aplicação das medidas disciplinares definitivas, que poderão variar de acordo com o provado nos processos".