Depois de anunciada, pelo secretário-geral da CGTP, a marcação de uma greve geral para 22 de março, PS, PCP e Bloco dizem compreendem o protesto face ao desemprego e às políticas de austeridade do Governo.
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Para o líder socialista, António José Seguro, é preciso entender as razões de queixa dos trabalhadores, tanto mais, sublinhou, depois dos números desemprego revelados, esta quinta-feira, pelo INE.
«Não nos compete a nós definir as formas de luta dos trabalhadores. Compreendemos as suas razões e os dados hoje conhecidos [do desemprego] são um exemplo disso, são dados que nos interpelam a todos quanto ao caminho que está a ser seguido», comentou António José Seguro.
A iniciativa da CGTP tem o apoio do Partido Comunista. Para João Dias Coelho, da comissão politica do PCP, a greve geral é uma resposta legitima aos ataques que os trabalhadores portugueses têm vindo a sofrer.
«Com a situação que se vive no país, com a política que está a conduzir Portugal e os portugueses ao empobrecimento aceleradissimo, com uma política que agrada a exploração, que quer liberalizar os despedimentos, que quer por os trabalhadores a trabalharem mais e receberem menos, que está a liquidar os serviços públicos (...), esta greve geral é uma resposta legitima e necessária», defendeu João Dias Coelho.
Para o Bloco de Esquerda, a recessão que não recua, o desemprego que cresce, e a perda de direitos, são razões suficientes, diz o deputado Pedro Filipe Soares, para justificar a marcação e a adesão à greve geral de 22 de março.
«Dia após dia estão a retirar direitos aos trabalhadores, do sector público e do privado. Por isso uma greve é dizer que não nos resignamos a esta politica, a estas escolhas, e que exigimos alternativas. Se houvesse dúvidas sobre os impactos económicos destas medidas eles tinham sido dissipados quer sobre os dados da recessão, que se adensam, quer sobre os dados do desemprego», destacou.
«Consideramos que todos aqueles trabalhadores que consideram que este país tem de lutar para arranjar um futuro que nos leve para além da austeridade, serão com certeza aqueles que se juntarão nesta greve geral», apelou Pedro Filipe Soares.
A TSF tentou também um comentário do CDS-PP, que só reage esta sexta-feira. De igual modo não tem tido sucesso nas tentativas de obter uma reacção de António Saraiva, o presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP).