Manteve o nome (francês) e o espaço na cidade escalabitana, mas o resto mudou: a cozinha tem base portuguesa, tradicional e cruza sabores com um toque de inovação e criatividade.
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Com o Tejo aos pés, visitada por fenícios gregos e cartagineses, teve nome - Escalábis -- dado pelos romanos e foi Santa Iria para os alanos e os vândalos, designação que evoluiu para Santarém.
Cidade ribatejana, capital portuguesa do gótico, centro de uma região tradicionalmente agrícola, ainda mantém, aqui e ali, marcas que são testemunhos de outros tempos.
Em particular nas ruas do centro histórico, onde uma artéria estreita recebeu, curiosamente, o nome de famosa dupla de exploradores africanos: Capelo e Ivens.
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Nessa rua de casas castiças, bem longe de Paris, fica o restaurante Pigalle, Um espaço algo exíguo, que fica lotado com quatro dezenas de comensais, mas com ar moderno.
Do mobiliário à decoração e ao ambiente descontraído. É uma casa que tem, desde o início de 2016, novo e dinâmico comando, embora sem alteração do nome do restaurante.
O que não sucedeu com a cozinha, que revela criatividade associada à tradição portuguesa, num aposta clara nos bons ingredientes e em alguns pratos da região.
Ao almoço, há os chamados pratos do dia, que convivem com as opções do serviço à lista, disponível igualmente ao jantar.
Os petiscos, muitos e variados, desempenham na perfeição o papel das já tradicionais entradas: cogumelos à Bulhão Pato; morcela com maçã; prego de atum com maioneses; ovos cozidos a baixa temperatura com cogumelos estufados e crumble de broa de milho com ervas; pica-pau de vitela.
Plena de sabor, a tradicional sopa de feijão com couves.
No lote variado das propostas, pode surgir bacalhau de cebolada; com espinafres; com puré de grão ou, 4.ª opção, frito com arroz cremoso de rúcula.
O típico mangusto, um prato ribatejano por excelência, é o acompanhamento da solha frita.
Outro dos pratos bem conseguidos pela conjugação de sabores, é o polvo na cataplana com batata-doce frita e parmesão.
Caldeirada de raia e cação; peixe espada frito com açorda de ovas; bife de atum braseado em bolo do caco e risoto de beterraba são escolhas apelativas e que aliam tradição e contemporaneidade.
Nos pratos de carne, destacam-se barriga de leitão e bochecha de porco estufada com puré de batata-doce, laranja e salada com vinagreta de mostarda e mel.
Língua de vaca estufada; empada de veado; cachaço ou queixadas de porco no forno; mão de vaca com grão ou risoto de pato são opções que podem, eventualmente, surgir na lista.
Nas sobremesas, panacota de chocolate branco é o destaque.
Garrafeira razoável. Serviço marcado pela simpatia, no Pigalle. Em Santarém.
Onde fica:
Localização: R. Capelo e Ivans 15, 2005-002 Santarém
Telef.: 243 046 865