A maioria dos portugueses tem falta de vitamina D, mas não associa os sintomas porque "somos um país com muito sol"
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Mais de 60% dos portugueses têm carência de vitamina D, revela um estudo feito em 2020, a partir de colheitas de sangue de três mil pessoas. "As mulheres, com mais de 75 anos, com colheitas [de sangue] feitas no Inverno, doentes obesos, que fumam" são grupos de risco, adianta, em declarações à TSF, a médica pneumologista Cátia Duarte.
O estudo revela também que 21,2% apresenta "níveis de deficiência severa" e os Açores são o local onde se registam maiores carências, o que pode ser explicado pela "exposição solar, condições de radiação e as condições socio-demográficas". Cátia Duarte lembra que a vitamina D "é muito mais do que uma vitamina", já que, além das funções relacionadas ao osso e "o equilíbrio do metabolismo do cálcio", tem implicações nos sistemas imunitário, cardiovascular, nas doenças auto-imunes, fadiga, dor crónica e depressão.
No entanto, as pessoas "não estão atentas", porque existe a ideia de que Portugal é "um país com muito sol". Por isso, "não associam a presença de alguns sintomas, nomeadamente a fadiga, ao défice de vitamina D".
Para quem tem falta desta vitamina, Cátia Duarte recomenda uma "dieta rica em ovos, em peixes gordos, como o salmão", mas sublinha que "é preciso apanhar sol, cerca de 10 a 15 minutos, entre as 10h00 e as 13h00, mas sendo [a exposição solar] suficiente apenas nos meses de Verão", poderá ser necessária "uma suplementação", que permita "repor os níveis deficitários de vitamina D".
A carência desta vitamina pode dar origem a doenças como a osteoporose, uma "doença silenciosa" que afecta cerca de 800 mil portugueses. Assinala-se este domingo o Dia Mundial da Vitamina D.
A autora não segue as normas do novo acordo ortográfico