"Está em estado de emergência." Sindicato dos Jornalistas alerta para dificuldades no setor
O líder sindical reafirma que, sem jornalistas, não há liberdade.
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O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Luís Simões, alertou para as dificuldades dos jornalistas e do jornalismo. No entanto, disse também que não é altura para baixar os braços.
"Está em estado de emergência e, se preciso fossem exemplos, temos dois muito recentes. A crise na Global, que diz bem de como está o setor, e a agressão ao jornalista do Expresso. Andamos assim, vivemos um momento muito complicado e eu acho que nós, jornalistas, devemos aproveitar o Congresso para pensarmos no jornalismo que estamos a fazer, no jornalismo que queremos fazer e, mais do que lamentar-nos pela precariedade, pelos baixos salários, pela violência, acho que temos que juntos encontrar caminhos para apresentarmos propostas ao poder político, porque neste momento o jornalismo e a comunicação social, se não forem apoiados, correm o risco de perder para a desinformação. Isso nós, enquanto sociedade, não podemos permitir", defendeu à TSF Luís Simões.
O líder sindical reafirma ainda que, sem jornalistas, não há liberdade.
"Não é possível viver num mundo sem jornalismo. Aliás, os regimes ditatoriais, por alguma razão, a primeira coisa que fazem é pôr um ponto final na liberdade de imprensa, é a velha história. Eu se tivesse de escolher entre ter um Governo sem jornais ou jornais sem um Governo, escolheria a segunda, por alguma razão. Temos de pensar assim porque, na verdade, o jornalismo é o garante de uma democracia e é o garante das liberdades", lembrou o presidente do Sindicato dos Jornalistas.
Quanto ao futuro, o presidente do Sindicato dos Jornalistas considera que o jornalismo precisa de se adaptar às novas realidades.
"É ser alguém que, mais do que uma profissão, tem uma missão. A missão mais nobre, que é a de informar a sociedade e é alguém que permanentemente busca e tem que buscar o conhecimento quando andamos todos super alarmados com a inteligência artificial, jornalista é não querer parar o vento com as mãos e olhar, por exemplo, para a inteligência artificial como uma forma de fazer melhor jornalismo, de dar melhor informação e, portanto, eu diria que um jornalista é uma pessoa que não tem medo e que tem uma missão", acrescentou.