Incêndio lavra numa área essencialmente de mato, mas já atingiu também pinhal.
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O incêndio em Murça, no distrito de Vila Real, possui esta segunda-feira de manhã uma frente de "dez a 15 quilómetros" e lavra numa zona "sem acessos", junto ao rio. Apesar disso, o comandante distrital da proteção civil garante que a situação está mais tranquila.
"Este incêndio, de momento, está mais calmo. Apesar de termos uma extensão muito grande de incêndio ativo porque não tem acessos e está a progredir numa zona junto ao rio, neste momento não temos qualquer aldeia em perigo. Uma parte do incêndio está controlada, em vigilância ou rescaldo. Tentámos, durante a noite, fazer algumas manobras para proteger as aldeias para que quando a meteorologia seja mais desfavorável estejamos em condições de manter o perigo longe das aldeias", explicou à TSF Artur Mota.
O fogo lavra numa área essencialmente de mato, mas já atingiu também pinhal. Os meios aéreos para ajudar no combate às chamas já foram pedidos.
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"Mal entrem iremos tentar apagar a chama que está mais próxima do rio, para ver se conseguimos que não ultrapasse o rio. Se bem que é sempre difícil dadas as condições meteorológicas e do combustível, que está muito seco e disponível. Por isso, a água do meio aéreo não é suficiente, acaba por chegar já pulverizada e como o combustível está seco depressa evapora a humidade e o incêndio agarra novamente", afirmou o comandante distrital da proteção civil de Vila Real.
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O fogo rodeou as aldeias de Cortinhas e de Vilares que, para já, estão a salvo. No entanto, o responsável considera que é "otimista demais" afirmar que o incêndio poderá estar dominado ainda esta manhã.
"O incêndio tem uma extensão muito grande, entre dez a 15 quilómetros de frente ativa em direção a esse rio, a progredir numa zona sem acessos. Mesmo com o meio aéreo não é fácil porque apaga de um lado, mas ele reacende do outro. A minha preocupação enquanto comandante distrital é simplesmente que as aldeias fiquem protegidas e vou posicionar os meios todos nas aldeias para que não existam consequências de maior", sublinhou.
Para esta segunda-feira perspetiva-se um dia de muito trabalho, com muitas preocupações devido às condições meteorológicas, como o vento forte e a humanidade baixa, bem como a disponibilidade de combustível, designadamente o mato muito seco.
"Infelizmente ainda vai dar muito que falar", acrescentou Artur Mota.
O alerta para este incêndio foi dado pelas 16h40 de domingo, em Cortinhas, numa altura em que lavraram dois fogos em Chaves, também no distrito de Vila Real, o que, num primeiro momento, dificultou a projeção de meio para esta ocorrência. Este fogo evoluiu para Vila Pouca de Aguiar e o alerta foi dado às 19h49, na zona de Vales.
No domingo houve ainda o registo de dois bombeiros com ferimentos ligeiros, tendo sido levados ao hospital por precaução.
Para esta ocorrência estavam mobilizados às 08h00, no total de Murça e Vila Pouca de Aguiar, 212 operacionais e 70 viaturas.
O fogo que lavra em Bustelo, concelho de Chaves, mantém esta manhã uma frente ativa e, no terreno, estão a ser reposicionados os meios.
Nesta ocorrência estão 169 operacionais e 55 viaturas.