Governo conta recuperar 145 dos 450 milhões de euros do empréstimo ao antigo Banco Privado Português feito em 2008. É mais de um terço do excedente orçamental previsto para 2020.
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O Estado vai recuperar 145 milhões de euros de garantias ao empréstimo ao BPP.
O Orçamento do Estado determina, sem mais explicações, que no próximo ano haverá uma receita temporária de 145 milhões de euros através da recuperação dessas garantias, depois de neste ano ter recebido, pela mesma via, 51 milhões de euros.
Em 2008, quando o Estado interveio no BPP então liderado por João Rendeiro, deu garantia a um empréstimo de 450 milhões concedido por um sindicato bancário.
Mais tarde os bancos acionaram essa garantia, o que obrigou o Estado a entregar-lhes o valor total do crédito, ficando sujeito a recuperá-lo ao longo do tempo, à medida que a massa insolvente é distribuída pelos credores.
O Banco de Portugal decretou o fim do BPP em 2010. O fundador João Rendeiro, que à data da intervenção estatal de 2008 tinha acabado de demitir-se do cargo de presidente do conselho de Administração da instituição Financeira, foi condenado a cinco anos de pena suspensa pelos crimes de falsidade informática e falsificação de documentos, feitos para ocultar os prejuízos no banco.