"Estado tem falhado" e as mulheres estão "em risco" de perder direitos. Associações saem à rua a 8 de março
Em declarações à TSF, Dejanira Vidal, da Plataforma Feminista, lamenta a "Justiça machista" e sublinha que Portugal não pode "ter mais vítimas que, depois das queixas feitas, continuam a ser assassinadas pelos seus companheiros"
Corpo do artigo
"O Estado tem vindo a falhar a todas as mulheres": esta é a convicção da Plataforma Feminista, que lança esta segunda-feira, com a Rede 8 de Março, uma convocatória para uma manifestação no Dia Internacional da Mulher.
Dejanira Vidal, da Plataforma Feminista, alerta, em declarações à TSF, que as mulheres estão "em risco" de perder os seus direitos. O movimento avisa por isso que não vai desistir e garante que vai "continuar a lutar".
"Continuamos a lutar pelos direitos sexuais e reprodutivos, por maternidades abertas com profissionais e condições, pelo fim da esterilização forçada das mulheres com deficiências. Exigimos o salário igual: a disparidade salarial em Portugal aumentou, como temos visto pelas últimas estatísticas, e a violência doméstica tem sido um dos crimes mais denunciados e o crime que mais mata em Portugal", sublinha.
A ativista considera que o "Estado tem vindo a falhar a todas as mulheres" e por isso pede "respostas verdadeiras e efetivas". Sobre a violência doméstica, Dejanira Vidal denuncia a "Justiça machista" e reforça o direito destas mulheres ao "apoio psicológico e económico".
"São os agressores que têm de sair de casa. Não são as mulheres que têm de continuar a fugir das suas casas", nota.
Pede ainda que sejam apresentadas soluções para as vítimas que apresentam queixas às autoridades, de forma a "acabar com esta violência".
"Não podemos continuar a ter mais vítimas que, depois das queixas feitas, continuam a ser assassinadas pelos seus companheiros", argumenta.
Em 2024, pelo menos 20 mulheres foram mortas em contexto de violência doméstica, segundo dados do Observatório de Mulheres Assassinadas. Este tipo de crime também já manchou o ano de 2025, com uma mulher a ser morta neste contexto.