"Estamos atentos." Portugal e Polónia preocupados com Grupo Wagner na fronteira com Bielorrússia
Em Varsóvia, Marcelo Rebelo de Sousa abordou a guerra na Ucrânia, dizendo que o "povo ucraniano tem o direito a recuperar a sua integridade territorial, fundamental para o exercício da sua soberania como Estado independente".
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Ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Polónia alertou para a necessidade da NATO assegurar a proteção da fronteira a leste. Em conferência de imprensa, esta terça-feira, em Varsóvia, Andrzej Duda mostrou preocupação pela presença do Grupo Wagner na fronteira com a Bielorrússia. Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que Portugal está unido nestas preocupações.
"O que se passa nas fronteiras mais a leste da União Europeia e da NATO é para nós tão importante como aquilo que se passa nas fronteiras mais a Oeste, ou a Norte ou a Sul. Estamos unidos, solidários e sem hesitações. E, por isso, eu tomei devida nota das preocupações polacas quanto àquilo que possa ser entendido como necessidade de estar atento a movimentações que questionem as fronteiras leste da União Europeia e da NATO. Estamos atentos, solidários e operacionais", afirmou.
O Presidente polaco não colocou de fora a hipótese de encerrar os 407 quilómetros de fronteira com a Bielorrússia, tal como fez a Lituânia.
Para Marcelo, a guerra na Ucrânia é um afrontamento entre os valores da NATO, da paz e da democracia contra os regimes diferentes. O chefe de Estado português considerou que a Ucrânia deve recuperar as suas fronteiras históricas.
"O povo ucraniano tem direito a recuperar a sua integridade territorial, fundamental para o exercício da sua soberania como Estado independente e de fazê-lo com a solidariedade de todos os que se reconhecem nesses princípios e não aceitam a violação continuada daquilo que são os valores que devem unir a comunidade internacional", frisou.
"O desafio que se coloca neste conflito global é difícil, mas essencial. Ignorá-lo ou não estar disponível para enfrentá-lo seria um erro histórico", defendeu.
Marcelo recordou ainda o "período muito difícil que se vive a nível internacional, com as crises económicas e financeiras, resultado da pandemia e da guerra".