"Estamos em campanha eleitoral." CGTP e CCP alertam para "intenções" e "promessas sem fundamento"
Isabel Camarinha lembra que há anos que a CGTP reivindica o aumento do salário mínimo nacional e denuncia que o valor português é "dos mais baixos da Europa".
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Isabel Camarinha sublinha que "aumentar o salário mínimo" é "urgente" e uma "reivindicação da CGTP - Confederação Geral dos Trabalhadores há muitos anos".
"Há anos que a CGTP vai denunciando que o valor do salário mínimo em Portugal é dos mais baixos da Europa. Não garante nem sequer o mínimo de existência, mesmo com os aumentos que tem tido, que têm sido insuficiente", explica Isabel Camarinha.
A CGTP quer aumentar o salário mínimo para 910 euros a partir de janeiro, atingindo os 1000 euros até ao final de 2024. O candidato à liderança do PS, José Luís Carneiro, em entrevista à TSF e ao DN, prometeu aproximar o salário mínimo nacional ao valor de Espanha (1100 euros) até ao final da legislatura.
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Isabel Camarinha diz que as campanhas eleitorais trazem muitas "intenções", mas os portugueses precisam de "resposta".
"Estamos em campanha eleitoral é natural que um conjunto de intenções seja declarado. O que nós precisamos é de uma política que dê respostas aos problemas com que estamos confrontados", considera.
Sobre as pensões, José Luís Carneiro promete "manter" aquilo que considera ser a "valorização" dos últimos anos. Isabel Camarinha diz que o Governo "não valoriza pensões", aplica a "fórmula legal".
A secretária-geral da CGTP lembra ainda que os candidatos à liderança do PS fizeram parte do Governo e, por isso, sugere aos eleitores que, além dos programas dos partidos, olhem para as suas práticas.
"Há uma necessidade de garantir aumentos e não, de como tem sido feito, de aplicar a fórmula legal. O Partido Socialista tem sido Governo, e qualquer um dos candidatos foi do Governo, portanto, nós temos de olhar para os programas dos partidos, ver o que prometem, mas também, qual tem sido a sua prática", conclui.
"Em campanha eleitoral, as promessas são apresentadas sem fundamento"
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes lembra que a "produtividade em Portugal é muito diferente da produtividade em Espanha".
"Esse tipo de promessas, em campanha eleitoral, é apresentado sem estudos e sem fundamentos. Todos nós estamos de acordo em subir o salário mínimo, desde que seja acompanhado em termos de produtividade, tendo em conta a inflação e o crescimento da economia, mas por exemplo a produtividade em Portugal é muito diferente da produtividade em Espanha", adianta João Vieira Lopes.