"Estão reunidas as condições." Técnicos de emergência pré-hospitalar vão suspender greve
O Governo e o sindicato coincidiram quanto "às soluções que é necessário implementar, nomeadamente a valorização da carreira dos técnicos e na valorização do seu salário, que são as principais medidas"
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O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) anunciou esta quinta-feira que estão "reunidas as condições para levantar a greve às horas extra", após terem chegado a acordo com o Governo sobre as "soluções a implementar" para a valorização da carreira destes profissionais, assim como do seu salário.
"Acabamos por assinar um protocolo negocial, que iniciará ainda este mês, para que possamos pôr em prática as medidas em que convergimos e, sendo assim, estão reunidas as condições para que, de imediato, possamos levantar a greve às horas extra que está em vigor desde o dia 30", aponta o presidente do STEPH, Rui Lázaro.
Em declarações aos jornalistas, após uma reunião com a ministra da Saúde, durante a tarde desta quinta-feira, Rui Lázaro explica que foi "estabelecido um protocolo negocial, que iniciará ainda este mês, para que possam ser implementadas as tão necessárias soluções". O Governo e o sindicato coincidiram quanto "às soluções que é necessário implementar, nomeadamente a valorização da carreira dos técnicos e na valorização do seu salário, que são as principais medidas".
O presidente do STEPH adianta que o levantamento desta greve passará ainda "por um processo administrativo necessário". Avança igualmente que a próxima reunião negocial ficou marcada para dia 21 de novembro.
"O anúncio é feito hoje [quinta-feira], mas pelo menos mais um dia para podermos enviar o encerramento da greve", conclui.
O sindicalista diz, contudo, não ser possível "discutir números", mas garante "que não será com dois ou três níveis remuneratórios" que chegarão a um entendimento: "Terá de ser muito mais do que isso."
"Coincidimos quanto à necessidade de valorizar a carreira e o salário para níveis que nos deixam já esperançosos para que possamos chegar a um entendimento satisfatório", remata.
Questionado também pelos jornalistas sobre se ficou satisfeito com a atitude da ministra Ana Paula Martins, Rui Lázaro garante que sim e admite que o sindicato chegou à reunião "desejoso de levantar esta greve".
Rui Lázaro sublinha, contudo, que esta é uma "profissão muito desvalorizada", pelo que a ingressão na carreira, que comporta um salário de 920 euros, só é possível devido à "abnegação extrema à missão" destes profissionais.
O líder do STEPH lamenta igualmente que a greve não tenha sido evitada e destaca que, apesar de travarem a paralisação, os "quadros do INEM deviam comportar 1400 técnicos", sendo que atualmente têm "cerca de 700".
"O nosso desejo é sempre que os problemas se resolvam antes de iniciar as greves. Não foi possível", afirma, mostrando-se, ainda assim, satisfeito por ser agora possível repor uma "resposta minimamente eficaz".