A Misericórdia tem duas unidades de retaguarda para tratar idosos com Covid-19 infetados em lares, em Lisboa e está a preparar a abertura de uma terceira.
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A enfermeira Helena Soares chega ao trabalho por volta das 07h30 da manhã. Desde maio que a rotina passou a ter uma prioridade muito clara: combater a Covid-19.
Helena Soares coordena uma das unidades de retaguarda da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), criadas para tratar idosos dos lares da Santa Casa infetados com o novo coronavírus, ajudando-os no processo de cura.
É com orgulho que afirma: "curamos todos os doentes". A unidade já recebeu mais de 50 doentes, a maioria tem mais de 80 anos. Estão infetados com Covid-19 mas apresentam-se estáveis.
Estas unidades criaram critérios de admissão. Só aceitam pessoas assintomáticas ou com sintomas ligeiros da doença.
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"Febre ligeira e controlável com antipiréticos, que não tenham dificuldade respiratória, que não necessitem de oxigenoterapia", explica a enfermeira.
Cada unidade tem capacidade para 20 camas e a solução foi pensada em conjunto com o Ministério Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Até agora, as duas unidades conseguiram tratar mais de 100 pessoas, permitindo depois o regresso aos lares.
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"Não tivemos até ao momento nenhuma perda, o que é muito significativo num momento como este de tanta insegurança", afirma Maria da Luz Cabral.
A coordenadora das equipas de intervenção preventiva de Lisboa adianta que as duas unidades da SCML dão apoio ao concelho de Lisboa e que, neste momento, está a ser preparada "uma terceira, que vai ser maior, com uma lotação de 35 pessoas e será para dar apoio ao distrito de Lisboa".
Maria da Luz Cabral sublinha que estes equipamentos ajudam a libertar o Serviço Nacional de Saúde, até porque o processo de cura "em alguns casos é mais demorado".
A enfermeira Helena Soares conta que a equipa da unidade tenta dar o melhor conforto a quem está a recuperar da doença, sobretudo porque não podem receber visitas.
"Utilizamos os telemóveis, fazemos videochamadas para que as pessoas possam comunicar com os seus familiares. É uma pandemia, não têm culpa do que lhes aconteceu e precisam de continuar a ser cuidados", detalha.