Este é o documento que alerta para o enorme risco da estrada de Borba. A alternativa só era mais longa 1 km
As duas estradas propostas pelos empresários do mármore apenas aumentariam num quilómetro a curta distância entre Borba e Vila Viçosa.
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Borba e Vila Viçosa são duas terras próximas e com fortes ligações históricas. São apenas cerca de 5 quilómetros entre a sede dos dois municípios pela velha estrada afetada pela derrocada entre duas pedreiras.
O memorando, assinado há quatro anos por quatro empresas de mármore, a alertar para aquele que dizia ser o "enorme risco" de segurança na antiga estrada nacional 255 propunha duas alternativas, uma para os pesados das pedreiras e outra para os ligeiros.
Seriam as "alternativas mais próximas" e "com menor impacto para a população".
Leia aqui o memorando assinado pelas empresas de mármore com alertas e imagens dos perigos da estrada
O documento a que a TSF teve acesso pedia, já em 2014, medidas urgentes e é claro nos percursos alternativos propostos: caminhos de terra batida que contornam o vasto território das pedreiras.
No entanto, fazendo as contas pela aplicação Google Maps, a distância entre Borba e Vila Viçosa só aumentaria cerca de 1 quilómetro, mais minuto e meio a dois minutos numa velocidade moderada de 40 quilómetros por hora.
O memorando dos empresários admite que a proposta de alternativa rodoviária para a população obriga a alargar a estrada, mas admite que a obra seja feita por parceria entre a autarquia de Borba e os industriais da zona.
Um dos empresários envolvidos nesse encontro com a câmara detalha à TSF que a colaboração dos industriais poderia ser dada através do uso das suas máquinas.
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Luís Sottomayor explica que, depois desta reunião, em junho de 2014, nunca mais foram contactados pela Câmara de Borba ou qualquer uma das outras entidades do Estado que teriam responsabilidades sobre a segurança das pedreiras.
O memorando explica que só o fecho da estrada eliminaria "o enorme fator de risco da via", "garantindo a segurança da população e dos trabalhadores", alertando que seria "difícil agradar a gregos e a troianos".
Em paralelo, e declarando que descartam futuras responsabilidades, os empresários também defendem que só assim se poderia revitalizar as explorações de mármore, recrutando mais trabalhadores e aumentando a atividade económica.
"Laborar nas atuais condições" era considerado "inseguro", sendo inviável economicamente, segundo os industriais, "investir na estabilização dos taludes", nomeadamente pela "incerteza dos resultados".