Depois do "choque", o ex-deputado adianta à TSF que uma candidatura à presidência do partido está em cima da mesa. A decisão será tomada nos próximos dias.
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Faz parte do processo. Depois de um desastre eleitoral, os putativos candidatos à liderança de um partido político primeiro entram "em reflexão", depois "ponderam" e, por fim, tomam uma decisão. Está aberta a corrida à liderança do CDS e os nomes de eventuais candidatos começam a saltar, como milho que se transforma em pipocas.
À TSF, o ex-deputado do grupo "Juntos pelo Futuro", que tem apresentado moções próprias nos últimos congressos do CDS, admite vir a ser candidato. Neste momento, garante, está a "ponderar todos os cenários", incluindo apoiar um outro candidato. Mas uma coisa é certa: Filipe Lobo d'Ávila apresentará "uma moção própria no próximo congresso".
Lobo d'Ávila, que tem sido um dos rostos mais visíveis da oposição a Assunção Cristas, sublinha que "o problema não são as pessoas", mas "o projeto político do CDS". O antigo secretário de Estado do Governo PSD-CDS lamenta que o partido tenha seguido, nos últimos anos, "uma linha errada, com um discurso errático" e que nunca se tenha "assumido como um partido de direita".
Filipe Lobo d'Ávila aponta "a questão dos professores" ou a "escolha de candidatos à Assembleia da República em cima das Europeias" como exemplos de erros que o partido cometeu e, em declarações à TSF, aconselha agora o CDS "a refletir sem pressas".
Depois da derrota esmagadora nas eleições deste domingo, Assunção Cristas anunciou que vai antecipar a realização do congresso do partido e que não se irá recandidatar. O que abriu, de imediato, um processo de sucessão. Além de Lobo d'Ávila, também João Almeida já anunciou que "não fugirá às responsabilidades".
Nestas eleições Legislativas, o CDS não foi além dos 4,25%, o que fez diminuir a bancada centrista de 18 para cinco deputados.