A Comissão Europeia defende uma redução da pesca do carapau, da pescada e do linguado, mas o ministro do Mar acredita que argumentos para rejeitar liminarmente uma redução para metade das capturas de carapau. Ricardo Santos vai confiante para Bruxelas afirmando que há margem para negociar mesmo tendo em conta as recomendações científicas.
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Está confiante o ministro do Mar, para as negociações que esta segunda-feira começam em Bruxelas sobre as quotas de pesca para o próximo ano. Em defesa dos pescadores portugueses, Ricardo Serrão Santos garante que vai bater o pé à proposta da comissão europeia que defende um corte de 50 por centro na pesca do carapau no próximo ano.
"Sinto-me confortável para não aceitar esta redução. O aconselhamento cientifico recomenda quotas de 100.000 toneladas e a Comissão propõe 46.000, portanto, temos uma grande margem negocial sem sairmos da margem científica", garante o ministro.
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Recorrendo aos dados científicos que Ricardo Serrão Santos vai rejeitar também a proposta de Bruxelas para uma redução de 20 por cento na captura de pescada acreditando que também neste caso há uma grande margem para negociar. Por isso o ministro do Mar está confiante. Quanto à discussão sobre a sardinha e o bacalhau, não haverá novidades antes do próximo ano mas em relação à sardinha o governante também se mostra otimista.
Antes do início desta reunião de dois dias em Bruxelas para definir as quotas de pesca para o próximo ano Ricardo Serrão Santos não quis revelar as propostas que Portugal leva para discussão mas que sossegar os pescadores. "Não há motivos para apreensões. Vamos ter em conta razoes sociais e económicas e penso que teremos um bom futuro."
Os ministros das Pescas da União Europeia (UE) iniciam esta segunda-feira a reunião habitual para decidir as possibilidades de pesca em 2020 e a repartição nacional, que continua na terça-feira e poderá arrastar-se pela noite.
As negociações sobre os totais admissíveis de capturas (TAC) e as distribuições nacionais das quotas de pesca são normalmente complexas, nomeadamente o equilíbrio entre as propostas da Comissão Europeia e a satisfação das reivindicações do setor. Várias organizações não governamentais na área dos oceanos chamaram recentemente a atenção para o atraso no cumprimento do objetivo de acabar com a sobrepesca até 2020, salientando, num comunicado conjunto, que "mais de 40% das unidades populacionais ainda estão a ser pescadas em níveis insustentáveis".
Portugal estará representado pelo ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos.