Estrangeiros no SNS, cadeiras a voar, "morrer pela Europa", desafio a "cobarde". As notícias mais lidas na TSF em 2024
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Com o ano de 2024 a chegar ao fim, a TSF faz uma retrospetiva das notícias mais lidas no site da Rádio durante os últimos 12 meses. O acesso ao Serviço Nacional de Saúde por estrangeiros, as cadeiras a voar no Património Cultural, o desafio de Tânger Corrêa ao "cobarde" Putin, as eleições legislativas antecipadas e as europeias, os incêndios, a polémica sobre género nos Jogos Olímpicos e a morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP, foram alguns dos temas que marcaram a atualidade informativa da TSF durante os 366 dias do ano.
Em vigésimo lugar, um acidente em cadeia com cinco viaturas na A2, ao quilómetro 138, no sentido sul-norte, na zona de Ferreira do Alentejo, Beja, que fez sete feridos, entre os quais três em estado grave.
Acidente em cadeia na A2 faz sete feridos, três em estado grave
Logo a seguir, a entrevista A Vida do Dinheiro com o presidente da Mobi.E, Luís Barroso, sobre mobilidade elétrica. O novo regulamento europeu AFIR foi um dos destaques desta entrevista, sendo que os postos de carregamento passaram "a ter dispositivo para pagamentos com cartão multibanco".
E já que falamos em mobilidade, falamos também dos motoristas TVDE. Em julho, a Associação Movimento Nacional (AMN) — TVDE pediu que a Uber e a Bolt fossem ouvidas no Parlamento, para fixar um valor mínimo para o transporte das plataformas digitais. O presidente da organização defendeu que a tutela deveria decretar um valor mínimo a fim de assegurar a estabilidade dos trabalhadores e a "sustentabilidade" do setor. O preço pago por quilómetro "está, sensivelmente, a atingir menos de 50 cêntimos".
Da mobilidade para um equívoco "muito lusitano” com Carminho, um fado e a nomeação de "Pobres Criaturas" aos Óscares de 2024. No filme de Yorgos Lanthimos, que esteve nomeado para a categoria Best Original Score, a fadista surge a interpretar o fado "O quarto" e este tema até integra a banda sonora, mas a portuguesa não fez parte da nomeação do filme, como a TSF chegou a noticiar. A explicação é simples: "Nos Óscares, só canções ou partituras originais."
Há um "equívoco muito lusitano" com Carminho, um fado e os Óscares: não está nomeada, mas porquê?
O ano de 2024 ficou também marcado pelas eleições legislativas antecipadas. Em março, poucos dias antes dos portugueses se dirigirem às urnas, o antigo dirigente social-democrata, Rui Gomes da Silva, defendia um acordo parlamentar entre a direita e o Chega, alertando que, caso Montenegro mantivesse a sua posição, o país tornar-se-ia “ingovernável”.
Rui Gomes da Silva confirma contactos com André Ventura e critica Montenegro
E por falar em eleições... Em junho, uma sondagem da Aximage para TSF-JN-DN que mostrava o Governo com nota positiva, em especial nos casos do primeiro-ministro, ministro da Educação e ministro dos Negócios Estrangeiros.
Sondagem: Pedro Nuno perde para Montenegro (no Governo) e para Ventura (na oposição)
Outro dos grandes temas que dominou o ano foi a morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP. A Polícia de Segurança Pública avisou que iria ter “tolerância zero” com “atos de desordem ou destruição” praticados em vários bairros da Área Metropolitana de Lisboa.
Os transportes de mercadorias também estiveram em destaque durante os últimos 12 meses. Em junho, a Medway, empresa de transporte ferroviário de mercadorias que comprou a CP carga e que tem 80% da quota de mercado em Portugal, ponderava abandonar a operação no nosso país e ir para Espanha. Em causa estava a falta de pagamento dos incentivos fixados pelo anterior Governo, a nível de energia (eletricidade e combustível), e o aumento de 22% da taxa de uso da ferrovia.
Medway avisa Governo: empresa pondera sair de Portugal e mudar-se para Espanha
2024 foi também ano de Jogos Olímpicos, em Paris, e com eles surgiram também polémicas. A atleta argelina Imane Khelif esteve no centro das atenções, quando venceu a italiana Angela Carini em menos de um minuto na prova de boxe. Após os primeiros golpes, Carini acabou por desistir, em lágrimas, aos 46 segundos dos oitavos da classe –66kg. A atleta argelina foi desclassificada no campeonato do mundo de 2023 por ter chumbado num teste de género e a sua presença nos Jogos Olímpicos de Paris acabou por tornar-se numa questão polémica.
Além das eleições nacionais, a Europa também foi a votos. Nesse sentido, o líder do Chega, André Ventura, pediu o apoio dos membros da família política da extrema-direita anti-europeia Identidade e Democracia (I-D) contra a potencial nomeação de António Costa para liderar o Conselho Europeu.
A meio desta lista, em décimo lugar, surge o destacamento de mergulhadores sapadores n.º 3 da Marinha portuguesa, que concluiu a certificação de mergulho profundo ao atingir uma profundidade superior a 120 metros. "É escuro, frio e com lodo..." Foi desta forma que o comandante Violante da Luz, líder do destacamento de mergulhadores sapadores n.º3 da Marinha, descreveu à TSF o ambiente de um mergulho a mais de 120 metros de profundidade.
Segue-se o Habeas Corpus, que fez saber aos apoiantes que a Revolut fechou a conta do grupo, à semelhança do que havia feito o Eurobic. "A partir de agora, a Habeas Corpus [está] totalmente impossibilitada de realizar operações financeiras.” Foi assim que Rui Fonseca e Castro, o líder deste grupo, informou os apoiantes de que foi encerrada a conta Revolut que estava a ser utilizada para receber contribuições financeiras.
Em 2024, chegou a Portugal uma nova operadora de telecomunicações: a Digi. Com origem na Roménia, oferece produtos personalizados com preços muito mais baixos e, em alguns casos, sem qualquer período de fidelização. À TSF, a Deco explicou que, à partida, não há motivos para desconfiar.
Os incêndios voltaram a fustigar o país durante os meses de verão. Portugal contou com a ajuda de militares da UME, uma unidade espanhola formada para dar resposta a catástrofes. No nosso país, existe uma equipa em Abrantes que dá resposta a situações idênticas, mas estará muito longe de ter a preparação dos militares espanhóis.
"Unidade militar espanhola de combate aos incêndios está a anos-luz da nossa realidade"
Já o antigo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, defendeu que Portugal precisa de um entendimento de regime para prevenir incêndios. Em declarações à TSF, usou os fogos de 2017, em Pedrógão Grande, como exemplo, e lembrou que a reação, à época, foi muito à volta da “emoção”. Ainda assim, na altura, foi alertando para o risco de voltar a haver muitos “Pedrógão Grande” e recordou: "Até me chamavam louco quando eu dizia que era preciso fazer mosaico florestal, era preciso fazer planeamento e ordenamento e, para isso, era preciso fazerem emparcelamento e criar uma lei de expropriante para utilização dos solos."
Jaime Marta Soares: "Chamaram-me louco quando disse que haveria mais casos como Pedrógão Grande"
Voltando às eleições europeias, no mês de maio, a TSF falou com os vários candidatos e a entrevista com António Tânger Corrêa foi a mais lida. O eurodeputado do Chega arrasou a nova AD, elogiou Soares, falou das guerras e do desafio que mandou a Putin, através do embaixador russo no Cairo.
Em quarto lugar desta lista, surge a entrevista TSF-DN com o almirante Henrique Gouveia e Melo. A ameaça russa, o serviço e a disciplina militar e a recente missão do submarino Arpão, no Ártico, foram alguns dos temas em destaque.
Na última posição do pódio, em terceiro lugar, João Soalheiro, novo diretor do Património Cultural, acusado de bullying pelos trabalhadores. A denúncia anónima chegou à ministra através de uma carta a que a TSF teve acesso. Alguns dos trabalhadores daquele instituto público acusaram João Soalheiro de desrespeito, intimidação e de ter lançado o caos na gestão após demitir verbalmente todas as chefias do património cultural.
Quase a terminar surge a morte de Pedro Cruz, ex-diretor-executivo da TSF. Morreu aos 53 anos, vítima de doença prolongada.
Morreu Pedro Cruz, ex-diretor-executivo da TSF
A medalha de ouro vai para o acesso dos estrangeiros ao SNS. O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares confirmou que há estrangeiros que procuram o Serviço Nacional de Saúde português para terem tratamentos gratuitos e que "o número tem aumentado".
"Há estrangeiros que vêm diretamente do aeroporto para as urgências do SNS"
