Estratégia nacional de produção de cereais quase não cumpriu objetivos no 1.º ano
O grupo de trabalho considera que as considerações meteorológicas não foram favoráveis para a produção.
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Nove meses depois da sua aprovação, a Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais praticamente ainda não viu nenhum dos seus objetivos atingidos.
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José Palha faz parte do grupo de trabalho que deu origem à estratégia nacional do Governo para a produção de cereais, e garante que o ano que passou já deu alguns resultados, apesar de a metereologia ter impedido o cortar de metas inicialmente delineadas. "Já temos algumas coisas concretizadas, e outras por concretizar, e outras ainda que são de médio prazo e estão pensadas para a Política Agrícola Comum", garantiu, em declarações à TSF.
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Entre as concretizações dos últimos meses estão o Centro de Competências dos Cereais: "Já constituímos o Centro de Competências dos Cereais. Vamos deslocar-nos a França para nos inspirarmos no que os franceses fazem ao nível das interprofissionais."
"Criámos também a Cereais do Alentejo, com muito interesse da grande distribuição", asseverou ainda José Palha.
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O grupo também está a preparar a próxima reforma da Política Agrícola Comum para atingir mais medidas da estratégia nacional. Um dos grandes objetivos é que Portugal se torne mais autossuficiente até 2023, mas este primeiro ano não correu como esperado.
No primeiro ano, as "condições atmosféricas foram péssimas para os cereais". "Tivemos um inverno completamente seco, uma primavera sequíssima e muito quente, que afeta muito os rendimentos, por isso este ano não vamos atingir nenhum dos objetivos, mas, de qualquer maneira, estamos a trabalhar no sentido da valorização da produção."
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Como o país não consegue competir com quantidade, a estratégia nacional quer apostar na qualidade, "com o selo da certificadora, com a garantia de qualidade e total esterilidade do produto". "O nosso objetivo é mostrá-lo ao consumidor e fazer com que o consumidor também exija este produto, porque Portugal não pode competir com outros países do mundo em quantidade de produção, apenas em qualidade", afiançou José Palha.
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José Palha está otimista com os passos dados até ao momento, e acredita que os resultados da Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais vão surgir a curto prazo. Em outubro de 2018, o programa visava atingir, em cinco anos, um grau de autoaprovisionamento em cereais de 38%, correspondendo 80% ao arroz, 50% ao milho e 20% aos cereais praganosos (como a aveia e o trigo, por exemplo).
A estratégia tinha também os objetivos de reduzir a dependência externa, consolidar e aumentar as áreas de produção, criar valor na fileira e viabilizar a atividade agrícola em todo o território.