A instituição celebrou um protocolo com a igreja para acolher alunos dos países em desenvolvimento ou em situação de crise humanitária.
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Filipe veio da Guiné-Bissau para a Universidade do Algarve (UALG) para frequentar um mestrado profissional de um ano. "Estou a tirar um mestrado profissional de Biodiversidade, Pesca e Conservação", esclarece. É um grau académico integrado no projeto Mar África dirigido a pessoas com cinco anos de experiência profissional de países em desenvolvimento.
Filipe chegou a um país e a uma região onde é difícil e dispendioso arranjar alojamento. "Para conseguir alojamento aqui tem que se ter muito dinheiro", confessa. Admite que se não fosse o recente protocolo celebrado entre a Universidade do Algarve e o Seminário de S. José, não poderia ter vindo.
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No seminário onde está alojado, encontram-se outros dez alunos de países africanos em desenvolvimento, rapazes e raparigas da Guiné-Bissau, Mauritânia, Namíbia e Senegal.
Alexandra Teodósio, a vice-reitora da UALG esclarece que os estudantes portugueses têm as bolsas de ação social, mas para estes alunos tinham que arranjar solução. "Ao princípio tive receio que houvesse limitações pela questão do género ou da religião, mas a diocese foi completamente aberta a toda a diversidade", garante.
A diocese cedeu quartos individuais com casa de banho e fornece o pequeno-almoço aos estudantes. O reitor do seminário também garante que não houve critérios especiais para o acolhimento. "Independentemente da cultura e da religião, aqui tentamos corresponder à Universidade e acolhê-los no estudo", afirma. O padre António de Freitas assume que foi mais fácil porque este ano o seminário também não tinha alunos.
E, embora seja uma diocese, o padre garante que " não querem impor uma vida monástica" aos alunos e só lhes exigem as mesmas regras do que qualquer outra residência universitária, como a interdição de entrarem pessoas estranhas ao seminário e a obrigação de cuidar dos quartos e de todo o espaço que ocupam. Se tudo correr bem neste ano letivo, a diocese admite continuar o protocolo no próximo ano.