Estudantes do ensino superior vão poder ficar em hostels ou pousadas da juventude
O acordo será válido para o próximo ano letivo e estão em causa três mil camas.
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É na tentativa de resolver o corte de camas nas residências universitárias, devido à pandemia, que o Governo está a negociar com associações do setor a permanência de estudantes do Superior em hostels e pousadas da juventude. A alternativa deverá aplicar-se ao ano letivo que se inicia em setembro.
Ao todo, estão em causa três mil camas, distribuídas entre hostels e pousadas da juventude.
O jornal Público revela que o acordo entre o Governo, a Associação de Hostels de Portugal e a Movijovem está a ser ultimado. Os alojamentos vão receber alunos nas quatro cidades que concentram mais estudantes das universidades e onde houve uma maior quebra no setor do turismo: Lisboa, Porto, Coimbra e Braga.
João Sobrinho Teixeira, secretário de Estado do Ensino Superior, caracteriza a solução como um "bom casamento". Em tempo de crise, os hostels garantem rendimento durante um ano, e, em paralelo, é encontrada a solução para o alojamento dos estudantes.
Nos quartos, não podem ser usados beliches, para respeitar as regras da Direção-Geral da Saúde, que impõem uma distância lateral mínima de dois metros entre camas. É essa regra que vai obrigar também a rever o número de camas disponíveis para os estudantes nas pousadas da juventude. Nesta tipologia de alojamento, há 500 camas, mas, devido à distância imposta, o número deve ser revisto em baixa.
O acordo será válido para o próximo ano letivo, sendo os contratos assinados diretamente com as universidades e politécnicos, o que deve acontecer durante o próximo mês de setembro.
Na perspetiva de Tiago Diniz, presidente da Federação de Estudantes do Ensino Superior Politécnico, terá de haver uma "monitorização dos serviços para que os estudantes tenham a oferta de camas mas também acesso a condições condignas para a sua atividade", como uma secretária e um "espaço comum" para estudar e locais de alimentação. "[A disponibilidade de camas] Tem sido um problema nos últimos problemas. Esta é uma resposta a curto prazo, a resposta possível, mas pedimos um pouco mais de ambição para enfrentar um problema que temos há vários anos."
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* Atualizada às 11h00