Os Institutos Politécnicos dizem que são cada vez mais os alunos destes estabelecimentos de ensino superior que abandonam programas como o "Erasmus" por falta de dinheiro.
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Um número elevado de estudantes dos institutos politécnicos está a desistir dos programas de mobilidade, ou seja de estudos no estrangeiro, como o "Erasmus".
O alerta é do presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos. Sobrinho Teixeira diz que, só no Politécnico de Bragança, que tem uma das maiores fatias de alunos que vão estudar para o estrangeiro, as desistências atingiram os 30 por cento este ano.
Uma situação anormal e que o responsável relaciona com a crise. Sobrinho Teixeira diz que as famílias estão a cortar no que consideram secundário, sendo que a licenciatura feita em Portugal não regista desistências.
«Apesar da crise económica, as famílias continuam determinadas em investir na qualificação dos seus filhos, uma vez que não há um aumento das desistências face ao ano transato. Naquilo que por ventura pode parecer menos essencial, neste caso os programas de mobilidade, leva-me a crer que as condições financeiras de alguns agregados familiares determinam que não possam assegurar a mobilidade aos seus filhos», revelou.
«O que se passa é que nestes cursos de mobilidade existe uma bolsa que é assegurada pelo programa Erasmus, pela União Europeia, só que essa bolsa não é suficiente para comportar todos os custos dessa mobilidade», defendeu Sobrinho Teixeira.
A União Europeia atribui a cada país um determinado valor de bolsa, consoante a realidade financeira.
O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos diz que, tendo em conta as dificuldades que Portugal enfrenta a tabela para os alunos portugueses devia ser revista.
«Penso que devia ser acionado um mecanismo junto da UE e para sensibilizar a UE dada a crise económica que se vive em Portugal, devia haver uma majoração das bolsas que são atribuídas aos alunos para se poderem deslocar para a Europa», propôs Sobrinho Teixeira, considerando que esta é a forma de garantir que «em Portugal haja um processo de mobilidade transversal aos alunos e não apenas diferenciado pela capacidade financeira do agregado familiar».
A sugestão de Sobrinho Teixeira que considera que uma experiência de mobilidade é um empurrão para entrar no mercado de trabalho.