Em greve de fome há 50 horas. Estudantes estão "extremamente fracas" e com "coração em esforço"
As duas jovens recusam parar o protesto até que o reitor da universidade apoie publicamente o movimento "fim ao fóssil".
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Duas estudantes estão em greve de fome desde as 6h00 de terça-feira, confinadas na entrada principal da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa (FPUL), num protesto contra as alterações climáticas.
Num comunicado enviado às redações, o movimento Fim ao Fóssil revela que as duas jovens foram vistas por uma equipa do INEM e apresentavam níveis de glicemia baixos, mas estão determinadas a manter o protesto.
Teresa Cintra e Jade Lebre dizem que só terminam a greve de fome quando reitoria da Universidade de Lisboa apoiar publicamente a ação "parar o gás fóssil", a 13 de maio no porto de Sines, enviando um e-mail à comunidade educativa para encorajar mais pessoas a bloquear o porto.
Teresa Núncio, porta-voz do movimento Fim ao Fóssil, já esteve esta manhã com as duas jovens, e, em declarações à TSF, conta que depois de terem sido observadas pelo INEM na quarta-feira, Jade e Teresa apresentam agora sintomas como náuseas, fraqueza e um ritmo cardíaco acelerado.
"Disseram-me que estavam com náuseas e com o coração a bater mais rápido, também estavam extremamente fracas e com falta de energia, portanto estas pessoas já têm o coração em esforço", afirma Teresa Núncio.
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Ainda assim, as duas estudantes vão continuar o protesto.
"Há duas pessoas a fazer greve de fome há 50 horas para mostrar que isto é, de facto, extremamente importante. Nós estamos a dar o corpo ao manifesto e a mostrar a toda a gente que vivemos uma crise climática e que isto vai ter custos reais, porque nós temos muito pouco tempo para evitar consequências demasiado graves para não fazermos nada", defende Teresa Núncio, mostrando "plena solidariedade" para com as duas estudantes.
"Sabemos a importância daquilo que nós estamos a fazer. É importante mantê-las conscientes e é isso que nós estamos a fazer. Elas sabem os riscos", garante.
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Dois vice-reitores já falaram com as alunas, mas mostraram-se reticentes em ceder à reivindicação, remetendo a decisão para o reitor está fora do país e só regressa esta quinta-feira.
Dezenas de estudantes estão a acampar à frente da FPUL em solidariedade para com as colegas.
A faculdade está ocupada por jovens ativistas desde o dia 26 de abril numa ação pelo fim dos combustíveis fósseis até 2030 e para exigir "eletricidade 100% renovável e acessível até 2025".
* Notícia atualizada às 09h26