Estudantes manifestaram-se pelo fim das "barreiras de acesso" ao ensino superior. Veja as imagens
Principais preocupações incidem sobre as propinas e os baixos valores das bolsas. A TSF acompanhou o protesto, que contou com milhares de estudantes
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Pelo fim das propinas, por mais residências universitárias e por mais apoios, milhares de alunos do ensino superior manifestaram-se, esta segunda-feira, em Lisboa.
Neste Dia Nacional do Estudante, Violeta Gregório, da Escola Superior de Arte e Design, disse à TSF que não conseguiria estudar sem a bolsa da Direção-Geral de Ensino Superior (DGES): "Quando me candidatei, no verão de 2023, sabia que, caso não recebesse a bolsa da DGES, não ia para o ensino superior. Rapidamente percebi que o apoio que recebi, a bolsa mínima, também não era suficiente. Isto é uma barreira de acesso."
Afirmando que "os estudantes não se fazem ouvir apenas no dia 24 de março", Violeta garantiu que os protestos "estendem-se [durante] todo o ano, sempre que for preciso pedir mais".
A estudante não deixou passar em branco a crise política vivida em Portugal: "Temos tido uma quantidade absurda de eleições e pouco tem mudado. Claramente é uma opção política, diga-se inconstitucional. Portanto, continuaremos aqui para nos fazermos ouvir."
"Hoje estamos organizados. Amanhã, se não houver respostas, estaremos mais", reiterou, acrescentando que qualquer forma de manifestação "causará sempre mossa".
A manifestação terminou às portas da Assembleia da República.
Quem também esteve presente esta segunda-feira na manifestação foram representantes do Bloco de Esquerda e do PCP, que prometeram continuar a lutar pelas suas reivindicações.
A deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua saudou a importância da luta estudantil e defendeu que "Luís Montenegro está errado quando diz que o país está ótimo": "Os estudantes estão aqui a dizer que o país não está ótimo, porque há estudantes que não conseguem estar no ensino superior porque não conseguem pagar as propinas" ou o alojamento. A deputada avisou ainda que há famílias que "custa cada vez mais ter um filho a estudar no ensino superior", prometendo que o BE vai continuar "todos os anos a trazer ao Parlamento e ao país a proposta de acabar com as propinas no país".
Também presente na manifestação nacional, o líder do PCP Paulo Raimundo defendeu a necessidade de travar o aumento dos custos para estudar, garantindo "estar a lutar para que os problemas dos estudantes mais facilmente se resolvam".
