Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, promove encontro entre alunos representantes de 55 nacionalidades num dia que tem degustação de gastronomia, jogos e atividades culturais
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A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, celebra o “International Day” esta quarta-feira. É uma iniciativa que promove o intercâmbio de saberes e sabores entre estudantes de 55 nacionalidades que frequentam cursos desta academia.
Este ano, o país em destaque é Moçambique. O vice-reitor para a internacionalização, Luís Ramos, diz que “a UTAD tem África no seu ADN e Moçambique em particular”. Justifica que muitos dos docentes, dos que já por lá passaram e dos que ainda lá estão, têm “uma relação direta, porque nasceram ou viveram” naquele país, ou porque “pais e avós fizeram vida em Moçambique”.
Foi por esta razão que o “International Day”, que vai na terceira edição, tem, pela primeira vez, um país convidado, que é Moçambique. A relação da UTAD com África estende-se também a Angola e Cabo-Verde. O Brasil também começa a ter ligações à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
A TSF assistiu ao início da preparação dos pratos que Mateus Machanguana, Polly Vicente, Denise Mavile e Mércia Custema vão apresentar ao fim da tarde desta quarta-feira, no espaço da UTAD onde vão ser degustadas 45 receitas de entradas, pratos e sobremesas, harmonizados com vinhos da Adega Cooperativa de Vila Real.
Mateus, Polly, Denise e Mércia dançam enquanto cozinham. “Quanto mais se dança melhor a comida fica”, brinca Mateus. Dançam ao som de “Felizminha”, de Stewart Sukuma, um dos artistas da moda em Moçambique, enquanto preparam Frango à Zambeziana.
Polly refere que durante a confeção do frango é preparado um molho com leite de coco, alho e sal. Como a ave é criada ao ar livre e demora mais tempo a crescer a carne é, normalmente, mais dura. Por isso, tem de se pôr a cozer numa panela e só depois é que vai ao grelhador, sendo regado com o molho. No final, a carne fica com sabor a coco. Quem quiser pode pôr picante.
Os pratos tradicionais moçambicanos estão entre os que foram feitos por estudantes de países representados na UTAD. Mateus Machanguana considera que o “International Day” é uma iniciativa de louvar, já que permite conhecer a cultura de outras nações, como a portuguesa. Confessa que no início pensou que “eram só francesinhas e bacalhau”, mas “afinal de contas há muita coisa boa”, sorri.
Para reforçar a dimensão multicultural da UTAD, o artista colombiano Carlos Ortega, estudante de doutoramento em Ciências da Cultura nesta universidade, vai abrir uma exposição e criar uma pintura numa tela de grandes dimensões, na qual vão participar outros alunos internacionais.
